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Incêndios: Mais 26 mil hectares de área ardida do que em 2016

Dados provisórios da Proteção Civil revelam que os 10.146 incêndios florestais que tiveram lugar este ano consumiram 141 mil hectares. Só na segunda semana de agosto registaram-se 74 feridos, seis em estado grave. Em termos de condições meteorológicas, “é o terceiro ano mais severo dos últimos 15 anos”.
Incêndios: Mais 26 mil hectares de área ardida do que em 2016. Foto Contando Estrelas.

O comandante nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Rui Esteves, apresentou esta quarta-feira os números fornecidos pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que mostram que este ano já arderam 114 mil hectares. Este número, que ainda não inclui as últimas ocorrências, é muito superior à média da última década, de 44.960.

No mesmo período, “em 2016, com 7.571 ocorrências, tínhamos uma área ardida de 115 mil hectares, em 2017 temos uma área ardida de 141 mil hectares”, que resultou de 10.146 incêndios, assinalou Rui Esteves.

O comandante nacional da ANPC referiu também que, face à última década, registou-se "um aumento no número de ocorrências" de fogos, passando de 10.100, em 2007, para 10.416, em 2017.

“O terceiro ano mais severo dos últimos 15 anos”

Rui Esteves observou ainda que o índice de severidade meteorológica em 2017 apresenta valores que apenas foram superiores em 2005. Segundo os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IMPA), este “é o terceiro ano mais severo dos últimos 15 anos”.

Segundo o comandante nacional da ANPC, “a severidade meteorológica” não é “apenas na temperatura, é também no índice de secura dos combustíveis e também no vento, que quando tem rajadas fortes provoca nos incêndios um desenvolvimento muito mais rápido e eruptivo”.

De acordo com o índice meteorológico de seca, em julho, 16,5% do território estava em “seca moderada”, 69,6% em “seca severa” e 9,2% em seca extrema.

Rui Esteves alertou que, a partir de quinta-feira, o aumento das temperaturas, o vento forte e a baixa humidade vão aumentar o risco de incêndio: “As temperaturas vão subir, vai haver vento e humidade abaixo dos 20%, o que vai fazer com que haja um risco de incêndio elevado ou mesmo máximo”.

Incêndios provocaram 74 feridos na segunda semana de agosto

Entre 8 e 14 de agosto, registaram-se 74 feridos, seis dos quais graves, e 49 pessoas foram assistidas, entre as quais 32 bombeiros, quatro militares da GNR e 13 civis, informou o comandante nacional da ANPC.

Os distritos com mais fogos nesta semana foram o Porto, Aveiro e Braga, mas o maior nível de afetação de meios foi registado nos distritos de Santarém, Coimbra e Castelo Branco.

Comparando com a semana de 1 a 7 de agosto, houve um acréscimo de 72% no número de incêndios rurais (mais 601). Houve também um aumento de 103,6% no número de meios envolvidos (mais 22.887), mais 86% no número de missões aéreas e mais 173% no número de horas voadas.

Incêndios de Mação e Vila de Rei são os mais preocupantes

Os dois incêndios ativos que atualmente mais preocupam as autoridades estão a decorrer nos concelhos de Vila de Rei, distrito de Castelo Branco, e Mação, no distrito de Santarém.

A Ministra da Administração Interna fez o ponto da situação dos incêndios pelas 23h15, a partir do comando da Proteção Civil, em Carnaxide. Constança Urbano de Sousa informou que estão no momento 420 operacionais a combater o incêndio em Vila de Rei e 720 operacionais em Mação, esperando-se que este último contingente chegue a atingir os 1000 operacionais. Catorze meios aéreos foram mobilizados, atuando com algumas dificuldades devido às elevadas temperaturas e aos ventos muito fortes.

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