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Hong Kong: governo expulsa quatro deputados pró-democracia, restantes demitem-se em protesto

Em resposta à expulsão dos seus colegas, todos os deputados do movimento pró-democracia na Conselho Legislativo de Hong Kong deram as mãos para anunciar a demissão.
De mãos dadas, a totalidade dos deputados pró-democracia anunciaram a demissão. Foto de JEROME FAVRE/EPA/Lusa.
De mãos dadas, a totalidade dos deputados pró-democracia anunciaram a demissão. Foto de JEROME FAVRE/EPA/Lusa.

A Comissão Permanente do Congresso Nacional do Povo, o parlamento chinês, tinha adotado, na sua reunião de terça e quarta-feira, uma resolução que permitia ao governo de Hong Hong expulsar deputados locais que considerasse que estavam a defender a independência do território, a entrar em conluio com forças estrangeiras ou a ameaçar a segurança nacional. O governo de Carrie Lam não perdeu tempo e, ainda esta quarta-feira, destituiu quatro dos deputados da oposição no Conselho Legislativo de Hong Kong.

Os deputados expulsos, Kwok Ka-ki, Alvin Yeung, Dennis Kwok e Kenneth Leung, já tinham sido impedidos de se recandidatar nas próximas eleições, entretanto adiadas. Agora, sem qualquer processo judicial, foram expulsos dos seus lugares. A chefe de governo do território escuda-se na lei, tendo afirmado aos jornalistas que os deputados expulsos “não cumprem os requerimentos e pré-requisitos para servir o Conselho Legislativo”. Antes, o Gabinete de Ligação de Hong Kong com Beijing, organismo do governo central, tinha enviado um comunicado em que clarificava que “a regra política de que Hong Kong deve ser governada por patriotas tem de ser defendida firmemente”.

Os deputados pró-democracia no território reagiram apresentando a demissão em bloco. Ao todo, foram mais 15 dos 70 deputados de Hong Kong a abandonar funções. As expulsões estão a ser vistas como mais um golpe ao estatuto de autonomia que se segue à lei de segurança nacional aprovada no final de junho.

Isso mesmo declarou em conferência de imprensa um dos deputados banidos, Dennis Kwok: “Isto viola completamente os procedimentos do 'um país, dois sistemas' e ignora direitos humanos básicos”. Em nome dos outros deputados do campo pró-democrático, Wu Chi-wai criticou a “jogada implacável do governo central” e jurou que, apesar das dificuldades, não irão desistir “nunca” da luta pela democracia.

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