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Hi Fly: despedimentos, despromoções irregulares e imposição de trabalho na Austrália
Segundo denúncias recebidas pelo site despedimentos.pt, a administração da Hi Fly iniciou uma nova vaga de despedimentos. Esta afetará cerca de 60 tripulantes de cabine e está a ser concretizada até ao final deste mês de junho. Estes funcionários, com contratos a termo, estiveram abrangidos pelo regime de lay-off que foi acionado pela empresa no início de maio.
A administração da empresa tinha já despedido cerca de 350 tripulantes com vínculos precários logo no início da crise sanitária, ainda durante o passado mês de março, antes de recorrer ao “lay off simplificado”. Depois de beneficiar do apoio público, a administração da Hi Fly avança agora para o despedimento da larga maioria desses profissionais.
Além dos despedimentos, ao portal que recebe denúncias de abusos laborais chegaram ainda relatos “de outros abusos e do agravamento da clima de intimidação que se vive na Hi Fly”. Dezenas de tripulantes estarão a ser colocados, contra a sua vontade, por um período entre quatro e cinco meses, na operação que a empresa desenvolve na Austrália, na sequência de uma ampliação do serviço requerido pelo cliente naquele país e da respetiva utilização de mais um avião. A participação nesta operação era habitualmente assegurada por um processo em que os tripulantes eram selecionados no contexto de candidaturas voluntárias, dado implicar um longo período sem ser possível regressar a território nacional.
Esta colocação estará agora a ser imposta, o que gerou “reações de indignação e resistência”. Os relatos descrevem que a administração está “a impor um clima de medo para forçar uma situação que tem fortes implicações na vida pessoal de dezenas de trabalhadores – as chefias do pessoal de cabine comunicam aos tripulantes que não podem recusar, numa clara ameaça de perder o seu trabalho”. Acrescente-se que, segundo os relatos, para o desempenho destas funções na Austrália, os tripulantes recebem apenas uma ajuda de custo que está estabelecida para as situações de pernoita em território internacional, de 24 horas, não reconhecendo a especial exigência e nível de disponibilidade que representa a execução deste trabalho.
Há ainda denúncias da imposição “de forma totalmente arbitrária” da despromoção de 18 chefes de cabine, que passaram para uma categoria profissional inferior (assistente), o que representa uma perda salarial de cerca de 220 euros mensais. Esta despromoção será possível porque a administração da empresa “impõe uma situação de permanente precariedade, em que os contratos de trabalho são celebrados na categoria de assistente/comissário de bordo, sendo o salário adicional que corresponde à função de chefe de cabine assegurado por uma componente de subsídio pela função”.
A Hi Fly é uma companhia aérea portuguesa especializada no fretamento de aviões comerciais a outras empresas de aviação, sendo a terceira maior empresa portuguesa do setor.
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