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Grupo Luz Saúde vacina a administradora e outros não prioritários

O grupo privado Luz Saúde prepara-se para vacinar todos os funcionários. Isabel Vaz, administradora do grupo, foi já vacinada, apesar de não cumprir os critérios para tal.
Hospital da Luz em Lisboa/Hospital da Luz

O jornal Público teve acesso a um documento do Grupo Luz Saúde designado "ponto de situação sobre a política de vacinação no grupo" no qual se afirma que "para além dos profissionais médicos, de enfermagem, técnicos de saúde e auxiliares de ação médica, que pela relevância são os primeiros a ser vacinados", há outros funcionários que já receberam ou irão receber a vacina, designadamente "auxiliares de limpeza, seguranças, técnicos de manutenção, das tecnologias de informação e administrativos das receções".

Além destes funcionários, o grupo diz que "as suas lideranças e equipas de gestão executiva devem, igualmente, receber a vacina, pois são elas que garantem, hora a hora, minuto a minuto, a tomada de decisões críticas, de planeamento e gestão". 

Entretanto, o jornal Expresso noticia que Isabel Vaz, administradora do Grupo Luz Saúde foi já vacinada, apesar de ter idade nem patologias que o justifiquem. O motivo invocado para a vacinação prende-se com o facto de ser administradora da residência de idosos que integra o grupo e que se situa ao lado do hospital, estrutura onde tem o seu escritório.

De acordo com o Plano Vacinação COVID19, as pessoas a vacinar na primeira fase deverão ser:

- profissionais e residentes em lares e instituições similares;
- profissionais internados em unidades de cuidados continuados;
- pessoas com 50 ou mais anos com, pelo menos uma destas patologias (i) insuficiência cardíaca, (ii) doença coronária, (iii) insuficiência renal e (iv) doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração;
- profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes;
- profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos. 

Ao longo dos últimos dias têm-se sucedido as informações dando conta de inoculação indevida de pessoas, o que levou a Procuraria-Geral da República a abrir inquéritos a possíveis irregularidades na Segurança Social de Setúbal, no INEM de Lisboa e do Porto, e também a ocorrências em instituições de Portimão, Vila Nova de Famalicão, Arcos de Valdevez, Bragança, Seixal e Montijo. 

Estas investigações prosseguem agora na Polícia Judiciária, “por forma a potenciar um tratamento uniformizado e maior agilização na articulação com as inspeções sectoriais”, de acordo com uma nota do Ministério Público enviada à agência Lusa.

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