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Greve nas Minas da Panasqueira entre 15 e 20 de junho

Trabalhadores farão greve de três horas por dia e ao trabalho suplementar para exigir aumentos salariais dignos. O Grupo Almonty, proprietário das minas, propõe aumentos de 25 cêntimos no salário diário. Artigo publicado por Interior do Avesso
Trabalhadores das Minas da Panasqueira vão paralisar três horas por dia entre 15 e 20 de junho, por aumentos salariais
Trabalhadores das Minas da Panasqueira vão paralisar três horas por dia entre 15 e 20 de junho, por aumentos salariais

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) acusa a empresa que detém a exploração das minas da Panasqueira, a Beralt Tin and Wofram Portugal do grupo canadiano Almonty, de ter reduzido a sua proposta de aumento para 1% a partir de julho, o que significa 25 cêntimos por dia, valor que o sindicato considera “ridículo”.

A estrutura sindical apresentou um pré-aviso de greve para “levar a efeito em todos os locais de trabalho uma paralisação de três horas por dia, no final do turno da Equipa de Carregadores, e no início de cada turno para os restantes trabalhadores, a partir das 07:00 do dia 15 de junho de 2020 e até às 02:00 do dia 20 de junho de 2020”, bem como a todo o trabalho suplementar durante este período.

O grupo Almonty obteve no ano de 2019 resultados EBITDA (ver nota final) de 16 milhões e 440 mil dólares canadianos, o que para o STIM é a prova que “a empresa tem todas as condições para satisfazer as reivindicações dos trabalhadores”, acrescentando o pré-aviso que “se os trabalhadores contribuíram para estes resultados, é da mais inteira justiça que a riqueza criada seja distribuída por quem a produz”.

Contactada pela agência Lusa, a administração da Beralt Tin and Wolfram Portugal (BTWP) garante que não pode ir mais longe na proposta inicial, deixando no ar a tradicional ameaça de não pagamento de salários apesar dos avultados lucros. Dizem esperar que isto “não se traduza numa situação em que a empresa deixe de conseguir pagar salários.”

Nas Minas da Panasqueira há extração de volfrâmio, a única em Portugal, e empregam cerca de 250 trabalhadores da Cova da Beira.

Artigo publicado por Interior do Avesso


Nota esquerda.net: o grupo Almonty, proprietário da BTWP, não só obteve 16,44 milhões de dólares de lucros antes de impostos, juros, depreciação e amortizaçõs (EBITDA)  em 2019 como o seu CEO previu para 2020 “consolidar e solidificar por gerações a posição [da Almonty] como o maior produtor de tungsténio do mundo livre” (ver notícia aqui, em inglês).

Em pedido de retificação enviado ao esquerda.net a 3 de junho de 2020, a empresa Beralt Tin and Wofram Portugal afirma que ao contrário do afirmado pelo sindicato e publicado nesta notícia, os 16.44 milhões de dólares canadianos se referem não aos lucros finais, mas ao EBITDA, e que o resultado final das contas nesse período (de outubro de 2018 ao fim de 2019) se saldou por um prejuízo superior a 5.2 milhões de dólares canadianos.

A nota acrescenta que "não obstante as declarações citadas do CEO da empresa com o intuito de dar confiança a todos os stakeholders, com a crise provocada da pandemia do COVID-19, os preços de venda dos concentrados de volfrâmio diminuíram 11%, o que conduziu a que a Beralt Tin and Wolfram (Portugal) SA, tenha registado um prejuízo de €676.708 nos primeiros 4 meses de 2020".

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