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Greve na CP com adesão total

Trabalhadores convocaram greve nacional em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras apresentada pela CP, que consideram “humilhante”. Paralisação termina no final desta sexta-feira.
Trabalhadores acusam a CP de "má fé" na proposta de extinção de carreiras para as quais os trabalhadores poderiam progredir.
Trabalhadores acusam a CP de "má fé" na proposta de extinção de carreiras para as quais os trabalhadores poderiam progredir. Fotografia de Paulete Matos.

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) diz que os trabalhadores aderiram “massivamente à greve e têm motivos para o fazer”. Segundo o sindicato, a adesão à greve é total. A exceção está nos serviços mínimos que prevêm apenas 25% dos comboios. 

“A adesão à greve é total, com exceção dos serviços mínimos”, disse à Lusa Luís Bravo, do SFRCI. O sindicalista lembrou ainda que já no dia anterior tinham sido suprimidos comboios regionais e de longo curso. 

A greve pretende exigir a retirada da proposta de regulamento de carreiras apresentada pela empresa, que consideram “humilhante”.

De acordo com o SFRCI, os trabalhadores “não aceitam” a pretendida “extinção, por fusão, das categorias de revisor e de operador de venda e controlo da bilheteira”. Para os trabalhadores, trata-se de algo que “mistura o conteúdo funcional das categorias, quando um trabalhador itinerante não tem nada a ver com um trabalhador fixo de uma bilheteira ou vice-versa, disse Luís Bravo à Lusa.

Além disso, os representantes dos trabalhadores consideram “inaceitável” a “extinção de carreiras para onde os trabalhadores podiam progredir, como técnico comercial 1 e 2”.

“Aquilo que nós não esperávamos era reivindicar que não nos tirassem 30% do nosso salário. Estamos a falar de trabalhadores que têm salários base entre os 695 em início de carreira até 900 euros no final da carreira, ao fim de 25 anos. É completamente injusto. É, de facto, uma atuação de má-fé e envergonha os ferroviários”, afirmou o mesmo sindicalista à TSF.

“Estas e ainda outras questões tornam a proposta da CP inaceitável e os trabalhadores ficaram muito surpreendidos, pela negativa, por aquilo que a empresa vem propor”, afirmou Luís Bravo à Lusa.

Também “inaceitável” para o sindicato é “a extinção de carreiras para onde os trabalhadores podiam progredir, como técnico comercial 1 e 2”.

“Estas e ainda outras questões tornam a proposta da CP inaceitável e os trabalhadores ficaram muito surpreendidos, pela negativa, por aquilo que a empresa vem propor”, afirmou.

Aquando da convocação da greve nacional, a 10 de julho, o presidente sindicato tinha explicado que “a proposta de regulamento de carreiras que a empresa apresentou na quinta-feira da semana passada [dia 02 de julho] é humilhante para os trabalhadores do comercial e é inaceitável. Nesse sentido, os trabalhadores querem que a empresa retire esta proposta da mesa negocial”. 

Já a CP - Comboios de Portugal, alertou em comunicado para a possibilidade de a greve nacional de 24 horas, embora marcada para dia 24 de julho, poder ter efeitos “para além desse período”, quer no dia anterior, quer na manhã seguinte. Segundo a empresa, estão a funcionar 50% das ligações previstas. Os passageiros afetados pela greve têm direito ao reembolso no valor total do bilhete adquirido. 

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