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Fim de PPP no Hospital de Braga beneficiou utentes e profissionais
A Parceria-Público-Privada (PPP) entre o Estado e o grupo Mello para a gestão do Hospital de Braga terminou a 31 de agosto do ano passado. A partir dessa data, de acordo com a sua administração, registou um resultado operacional global positivo de 200 mil euros, no que respeita “exclusiva e unicamente à sua atividade enquanto Entidade Pública Empresarial (EPE)”.
O Conselho de Administração, citado pelo Jornal de Notícias e pelo jornal O Minho, refere ainda que, no último quadrimestre de 2019, realizou 163.529 consultas e 10.408 cirurgias, o que representa um aumento, entre 20 a 29 por cento, dos seus indicadores de produtividade face ao mesmo período de 2018.
“No Hospital de Dia, houve uma taxa de crescimento de 20%, incluindo as sessões de radioterapia que aumentaram 25% e as sessões de oncologia médica que cresceram 29%”, sinaliza a administração deste estabelecimento de saúde.
Durante este quadrimestre, existiu ainda “um maior número de atendimentos em Urgência, e uma taxa de crescimento total de 2% de doentes saídos do regime de internamento”, acrescenta. No que respeita aos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, os mesmos apresentaram uma “evolução positiva, nomeadamente pelo aumento da atividade assistencial em imagiologia e patologia clínica”.
De acordo com o Conselho de Administração, “a evolução positiva dos indicadores da atividade assistencial no Hospital de Braga espelha o esforço, dedicação e empenho de todos os seus profissionais”, salientam os seus administradores.
“Gestão privada do hospital não atuava segundo as necessidades da população”
Segundo Moisés Ferreira, com o fim da PPP de Braga e a transição para a gestão pública deste hospital ficaram expostas duas situações. Em primeiro lugar, verificou-se que “o Hospital de Braga podia fazer muito mais consultas e cirurgias, mas não as fazia porque a gestão privada do hospital não atuava segundo as necessidades da população, atuava segundo o dinheiro que o Estado lhe transferia”. Por outro lado, regista-se que “a PPP pagava salários abaixo do praticado no SNS, aplicava horários de trabalho superiores e mesmo assim gastava mais do que a gestão pública”.
Vai-se a ver e ainda se descobre que pagar a grupos económicos para fazer lucro à custa da saúde é mau negócio para o Estado. A gestão pública no hospital de Braga aumentou em mais de 20% as consultas realizadas e fê-lo com menos custos para o Estado...https://t.co/tWNVaNZ8wb
— moises ferreira (@moisesscf) May 27, 2020
“Como se verifica, a gestão pública é a que melhor serve os utentes e os profissionais de saúde”, frisou o deputado bloquista em declarações ao Esquerda.net.
Moisés Ferreira sublinhou, contudo, que “falta ainda garantir que todos os trabalhadores do hospital passam a auferir a remuneração que é a praticada no SNS e falta agora que um orçamento suplementar do SNS permitam o aumento do Orçamento do hospital de Braga e de todas as instituições do SNS para poderem, com qualidade e rapidez, continuar a responder à Covid e, em simultâneo, recuperar a atividade suspensa e retomar a atividade normal”.
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