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Em fase de despedimentos, administradores da TAP passam a receber quase o dobro

O Bloco de Esquerda quer que o Governo confirme se deu aval ao aumento de salários de três administradores da TAP. Empresa prevê despedir dois mil trabalhadores e reduzir salários a 25%.
Em fase de despedimentos, administradores da TAP passam a receber quase o dobro
Fotografia de Mário Cruz/Lusa.

Numa fase em que se sabe que a administração da TAP prevê avançar com cerca de dois mil despedimentos e reduzir salários a 25% dos seus trabalhadores, foi com surpresa que a notícia do aumento salarial para quase o dobro de três administradores foi recebida.

O Bloco de Esquerda dirigiu uma pergunta nesse sentido ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, procurando saber como é que o Governo justifica semelhante decisão e se está disponível para a reverter.

De acordo com a informação que consta no documento enviado pelo partido, o administrador Ramiro Sequeira passou de 18 mil euros para 35 mil euros brutos (com efeitos retroativos a setembro, quando foi nomeado CEO interino). Já Miguel Frasquilho passou de receber 12 mil para 13,5 mil euros brutos por mês, e Alexandra Vieira Reis passou de 14 mil para 25 mil euros mensais. Esta decisão terá sido tomada em outubro pela Comissão de Vencimentos da TAP e o Estado, embora não esteja presente naquele órgão, teve de dar o seu aval.

O partido afirma que "não é compreensível ou aceitável que se estejam a prever cerca de 2.000 despedimentos e reduções salariais de 25% aos trabalhadores e, ao mesmo tempo, se decidam subidas salariais na administração".

"Não se podem pedir todos os sacrifícios aos trabalhadores, enquanto os elementos da administração, que auferem salários muito acima da média da empresa, veem o seu rendimento aumentado de forma substancial", lê-se no documento assinado pela deputada Isabel Pires.

Assim, querem que o ministro Pedro Nuno Santos indique se "deu o aval à decisão de subida salarial dos três membros do conselho de administração”, uma vez que este "referiu, no parlamento, que iriam verificar possíveis ‘mordomias’ na administração e que os cortes salariais seriam transversais à empresa”.

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