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Doenças sexualmente transmissíveis deviam ser conhecidas nas escolas

Vários especialistas explicaram à agência noticiosa nacional a importância de informar sobre estas doenças e modos de as prevenir junto de uma população que tem tendência a desvalorizá-las.
Escola. Foto de Paulete Matos.
Escola. Foto de Paulete Matos.

Os especialistas ouvidos este domingo pela Lusa consideram que as doenças sexualmente transmissíveis estão a aumentar em Portugal, que há pouco conhecimento sobre elas e os modos de as prevenir nas escolas e que se deveria preparar formação específica para os jovens.

A agência noticiosa cita as declarações de Maria João Paiva Lopes, responsável pela Dermatovenereologia no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, que confirma esta ideia e que adianta que “seria útil” haver na escolaridade obrigatória “uma maior capacidade de transmissão deste conhecimento e dos comportamentos desejáveis e indesejáveis e das formas de as pessoas se protegerem".

Cândida Fernandes, dermatologista responsável da Consulta de Doenças Sexualmente Transmissíveis no Hospital dos Capuchos, vai no mesmo sentido, especificando que o trabalho com os jovens deve acontecer "num contexto positivo, de promoção de uma sexualidade feliz e sem problemas". Até porque “os jovens no liceu e na faculdade desconhecem, desvalorizam, têm menos noção de que estas infeções podem ser graves e, apesar de terem cura com antibióticos, quem tem estas infeções estão mais suscetíveis a infetarem-se com VIH, uma doença crónica que tem tratamento, mas não deixa de ser um peso para a sua vida". Para além disso, doenças como a clamídia e a gonorreia numa idade pré-gravidez podem, se não tratadas de forma adequada, causar infertilidade e pode ainda haver transmissão de doenças ao feto, ocorrência que, salienta, é "muito residual”.

Apesar de tratáveis, são doenças que afetam emocionalmente e que influenciam a forma como posteriormente se vive a sexualidade. Estas podem ainda "trazer bastante sofrimento e, portanto, acho que uma formação nas escolas sobre estes problemas era importante”.

A enfermeira Ana Isabel Silva acrescenta que o objetivo do seu serviço “é a promoção de uma vida sexual saudável", desconstruir "muitos tabus" e trabalhar para que haja menos comportamentos de risco, dando informações sobre formas de evitar infeções e ajudar "sem juízos de valor".

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