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Colonos voltam a atacar palestinianos e membros de organizações de direitos humanos

Esta sexta-feira, em Burin, perto de Nablus, na Cisjordânia ocupada, um grupo de colonos israelitas atacou agricultores palestinianos e israelitas que fazem parte das associações Rabinos pelos Direitos Humanos, do Yesh Din, Voluntários pelos Direitos Humanos e da Olive Harvest Coalition. Os colonos vieram armados com bastões de basebol e lançaram pedras, ferindo dez pessoas que tiveram de ser assistidas no hospital. Incendiaram também uma viatura.
Segundo a RFI, os agricultores palestinianos e os militantes de organizações de defesa dos direitos humanos estavam a plantar árvores nas suas terras, nas imediações da aldeia, quando foram atacados de surpresa. Naquela zona, os ataques de colonos de Yithzar e do posto de Giv'at Ronen são “muito frequentes”, explica este órgão de comunicação social. O que não é exceção. O ano passado a ONU contabilizou, pelo menos, 496 ataques levados a cabo por colonos e extremistas israelitas contra palestinianos, 126 dos quais causaram feridos, de acordo com o Jerusalem Post, um aumento de 39% relativamente ao ano anterior.
A diferença neste caso é que as agressões foram, em parte, filmadas por alguns dos ativistas. O rabi Arik Ascherman, dirigente do grupo Torah for Justice, partilhou na sua conta do Twitter imagens do sucedido.
ישראלים שירדו מהמאחז גבעת רונן - תקפו ישראלים.ות ופלסטינים שנאעו עצים באדמות כפר בורין. בנפצעים.ות בדרך לבתי חולים.
Israelis that came from the Givat Ronen outpost attack Israelis and Palestinians planting trees on lands belonging to Burin. Injured are on their way to hospitals. pic.twitter.com/DMJ9djPbB8— Rabbi Arik Ascherman (@RavArik) January 21, 2022
E também um jornalista norte-americano do Times of Israel, Jacob Magid, partilhou o momento em que um carro é incendiado neste ataque.
Footage of masked settlers beating, torching car of Israeli activists who arrived in the West Bank village of Burin to assist and provide protection to Palestinians harvesting in the area. pic.twitter.com/ab1qeJDLAf
— Jacob Magid (@JacobMagid) January 21, 2022
Ao contrário de outros ataques, este foi mediatizado. Ao ponto de o próprio Governo ter de reconhecer e condenar o que se passou: o ministro israelita da Saúde, Nitzan Horowitz, falou em “violência aterrorizadora” e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yaïr Lapid, declarou que este tipo de ataques tem de parar. Apesar disso, nenhum responsável governamental associou a violência com os colonos.
A polícia jurou igualmente que “agirá com determinação e forçar para encontrar os detratores da lei, apanhá-los e levá-los à justiça”, anunciando-se uma investigação. O exército e a polícia israelitas tinham sido chamados quando o incidente começou, mas só chegaram depois de tudo ter acabado.
Declarações de circunstância e sem seguimento, critica a esquerda. Mossi Raz, deputado do partido de esquerda Meretz, que participa igualmente na grande coligação governamental, diz que “a violência dos colonos está fora de controle e os ministros deste Governo não estão a fazer o suficiente para lhe pôr cobro”, de acordo com o Jerusalem Post. Junto com o seu colega Michal Rozen, Raz deslocou-se este domingo a Burin para conhecer mais pormenores do sucedido.
Também citada pelo mesmo órgão de comunicação social israelita foi a Peace Now, organização que diz que “o ministro da Defesa deve ordenar a evacuação dos colonatos ilegais, que são o centro da violência dos colonos” e que critica diretamente o primeiro-ministro: “quando a liderança política enfraquece e o Governo se dobra, não é de admirar que a violência ganhe força”.
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