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Clima: Ameaça de Trump marca cimeira UE/China

A eventual desvinculação do acordo de Paris por parte dos Estados Unidos iria demorar anos a concretizar-se, diz Juncker. Cimeira UE/China quer afirmar liderança conjunta na defesa do acordo climático.
Juncker, Trump e Tusk encontraram-se na semana passada em Bruxelas. Foto Shealah Craighead/Casa Branca

Nos corredores da Casa Branca, especula-se sobre qual será a decisão que o presidente norte-americano anunciou que irá revelar nos próximos dias. As fontes dos principais jornais dos Estados Unidos dão como certa a inclinação de Trump para sair do Acordo de Paris, tal como prometeu na campanha eleitoral.

É possível que a decisão de Washington surja durante a realização da cimeira UE-China, que arranca na quinta-feira e pretende anunciar a intenção de acelerar os esforços para cumprir as metas acordadas em Paris em dezembro de 2015. Em resposta à ameaça de Trump, Bruxelas e Pequim pretendem assinalar a ambição conjunta de “liderar a transição energética” a nível global, de acordo com um projeto de declaração citado pelo jornal Guardian.

A declaração irá ainda apelar aos países signatários para que cumpram as metas do acordo de Paris e sublinhar o “compromisso político máximo” da União Europeia e a China em dar o exemplo, quer no cumprimento das metas de emissões quer nas do financiamento. Há dez anos, a China ultrapassou dos EUA como o maior emissor de gases poluentes. A UE será representada na cimeira por Donald Tusk e Jean Claude Juncker, enquanto a China far-se-á representar pelo primeiro-ministro Li Keqiang.

O presidente da Comissão Europeia afirmou esta quarta-feira que “os americanos não podem simplesmente sair do acordo de proteção do clima. Trump acha que sim porque não conhece os pormenores” do Acordo de Paris. Citado pela Reuters, Jean-Claude Juncker falava numa conferência organizada pela associação patronal alemã. “A obrigação da Europa é dizer: isso não é assim”, observou Junker, prevendo que a desvinculação dos Estados Unidos, a concretizar-se, possa demorar anos.

Nas últimas semanas, Trump foi pressionado por outros chefes de Estado e de governo a manter-se fiel aos compromissos da administração Obama quanto às metas para a redução de emissões e a transição para formas de energia menos poluentes. Dentro da sua administração, o chefe da diplomacia, Rex Tillerson, é apontado como o principal defensor da manutenção do país no acordo climático que prevê que os EUA tenham reduzido em 2025 entre 26 e 28% nas emissões de gases com efeito estufa em relação aos níveis de 2005.

Tillerson foi nomeado para o governo quando liderava a petrolífera Exxon, que tal como a BP ou a Chevron também são favoráveis a ter os EUA dentro do acordo internacional assinado por 195 países e já ratificado por 147. Apenas a Síria e a Nicarágua ficaram fora do acordo que pretende limitar o aumento da temperatura média global a 2ºC em relação à época pré-industrial, restringindo as emissões poluentes e apostando em formas de energia limpa.

 

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