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Centenas de ciclistas e peões manifestaram-se por segurança rodoviária

Concentrações em várias cidades homenagearam as vítimas de atropelamentos e defenderam os “mais vulneráveis no trânsito”, ciclistas e peões. Passeios confortáveis, mais ciclovias, transportes públicos, foram reivindicações sublinhadas em Lisboa.
Manifestantes homenagearam as vítimas de atropelamentos - ação em Liboa, foto esquerda.net
Manifestantes homenagearam as vítimas de atropelamentos - ação em Liboa, foto esquerda.net

Nesta quinta-feira, 16 de julho, realizaram-se ações de homenagem às vítimas de atropelamentos e de exigência de reforço da segurança rodoviária em Lisboa e em outras cidades.

Em Lisboa, os manifestantes juntaram-se ao final da tarde no Campo Grande, na passadeira em frente ao edifício da Câmara, onde foi atropelada há uma semana uma jovem basquetebolista do Sporting, que acabou por falecer. A ação foi convocada pela Massa Crítica, a a Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta e a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta e apelava a uma “cidade mais segura”.

À Lusa, o presidente da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), José Manuel Caetano, afirmou: “Isto é um ato cívico e reivindicativo. Não é o primeiro acidente. Ainda hoje, no decorrer desta manifestação, se deram conta, passou, sem respeitar o [semáforo] vermelho, um carro com alguma aceleração”.

Defender os mais vulneráveis no trânsito”

José Manuel Caetano alertou que ninguém está a dar importância aos peões e defendeu a neccessidade de medidas de prevenção contra o excesso de velociade, nomeadamente nas vilas e cidades portuguesas.

“Nós não defendemos só o andar de bicicleta, temos de defender os peões, ou seja, defender os peões e os utilizadores de bicicletas, que são os mais sensíveis e mais vulneráveis no trânsito”, observou, referindo haver “uma sinistralidade enorme” em Portugal.

O presidente da FPCUB considerou também que o desenho das cidades e das ruas deve ser requalificado.

Tanto a FPCUB, como outras associações organizadoras da ação, criticam a “letargia” da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

Catarina Lopes, também organizadora da ação, disse ao jornal “Público” que a ANSR está “muito parada num modelo obsoleto de desenho das cidades, em que é o carro que manda”. Inês Pascoal, da Massa Crítica, disse ao jornal que são necessárias mais medidas, nomeadamente maior fiscalização do trânsito automóvel e sobrelevação das passadeiras para reduzir a velocidade.

Ricardo Moreira, deputado municipal do Bloco de Esquerda, defendeu para Lisboa “zonas de 30km/h, passeios confortáveis, mais ciclovias e transportes públicos”.

Além de Lisboa, realizaram-se também manifestações em Aveiro, Braga, Évora, Faro, Guarda, Porto e Santarém.

No Porto, Manuel Barros, representante da FPCUB, disse que a manifestação foi uma homenagem e um alerta. “O atropelamento da jovem de 16 anos foi uma coisa muito grave e merece a nossa indignação”, afirmou, apontando que há “falta de planeamento das cidades”, o que se torna numa ameaça tanto para peões como para ciclistas.

Em Braga, o presidente da Associação Braga Ciclável defendeu a redução dos limites de velocidade para os automóveis, nas cidades portuguesas.

Ação em Lisboa juntou centenas de pessoas - foto esquerda.net

Ação em Lisboa juntou centenas de pessoas - foto esquerda.net
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