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Catarina defende apoios para quem perdeu rendimento devido a medidas de restrição

À margem de uma reunião com a CGTP, Catarina Martins defendeu que não faz sentido pedir a alguns setores que sacrifiquem a sua atividade para preservar a saúde pública sem que lhes sejam dados os apoios necessários para cobrir os custos dessa paralisação.
Catarina Martins reuniu esta terça-feira com a CGTP. Foto de António Pedro Santos, Lusa.

Após a reunião com a intersindical, que se realizou esta terça-feira de manhã, a coordenadora nacional do Bloco afirmou que o partido "não contesta a necessidade de medidas que previnam o aumento do contágio", uma vez que o "SNS está sob muita pressão". “É mesmo necessário controlar o contágio”, e isso “significa medidas que limitam o contacto”, apontou.

No entanto, Catarina Martins referiu que preocupa muito ao Bloco que, sabendo-se "a hora a que começa o recolher obrigatório, não se saiba quando é que chega o apoio àquele trabalhador que ficou sem rendimento por causa das regras de contenção da pandemia".

"Nós pedimos a alguns setores de atividade que suspendam a sua atividade ou que paralisem em parte para preservar a saúde de todos. Assim como o fazemos, temos depois de os apoiar", frisou.

A dirigente bloquista defendeu ainda que “a solidariedade tem de funcionar nas duas direções”, e que, “se lhes é pedido sacrifício da sua atividade para preservar a saúde pública, é também preciso garantir-lhes os apoios necessários porque a paralisação da atividade tem custos enormíssimos".

No que respeita ao Orçamento do Estado para 2021, Catarina Martins assinalou a convergência entre Bloco e CGTP na “enorme preocupação” que, “sem reconstruir alguns dos direitos do trabalho perdidos na última crise, os apoios à economia, por fortes que sejam, possam não se traduzir no salário e manutenção do trabalho, que é a melhor forma de responder à crise”.

A coordenadora do Bloco deu alguns exemplos: que continue a ser permitido às empresas despedir, nomeadamente trabalhadores precários, mesmo quando recebem apoios do Estado; e que não sejam reconstruidos os períodos de concessão do subsídio de desemprego, o que implica que os trabalhadores despedidos logo na primeira vaga da pandemia podem ver o subsídio acabar ainda antes de ser possível garantir a recuperação da economia.

Bloco apresentará na especialidade apenas medidas essenciais que negociou "durante meses com o Governo”

Questionada pelos jornalistas sobre o processo da especialidade orçamental, Catarina Martins avançou que o Bloco mantém uma postura que garante “clareza e a possibilidade de construir soluções”.

“O Bloco de Esquerda apresenta na especialidade apenas aquelas propostas essenciais que já foram muito debatidas entre nós e o Governo, e em que até tinha existido alguma aproximação, mas que depois o Governo não incorporou no Orçamento do Estado para 2021”, explicou.

Segundo a dirigente do Bloco, esta é a forma de o partido encarar a especialidade, “sem nenhuma novidade, e indo ao encontro das propostas em que foi possível fazer caminho”, sendo o objetivo dos bloquistas ver “se o Governo também tem vontade de fazer esse caminho”.

Catarina Martins deixou claro que, “para ser possível fazer algum caminho de convergência”, o partido não apresentará na especialidade “mais do que aquelas propostas essenciais, que são públicas e que anda a negociar durante meses com o Governo”.

“São as propostas que garantem que o SNS tenha capacidade - e eu julgo que isso é a urgência das urgências -, que garantem que é apoiado quem perde o rendimento, o salário, o emprego com esta crise, que protege o emprego e o salário como contrapartida dos apoios à economia e que cria alguma saúde e transparência na forma como os dinheiros públicos são usados”, resumiu.

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