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Casa do Brasil lança projeto para combater estereótipos

O projeto contará com uma campanha maioritariamente virtual para combater preconceitos e fake news, e um questionário que pretende fazer um levantamento das experiências das pessoas imigrantes em Portugal.
Casa do Brasil lança projeto para combater estereótipos
Logótipo do projeto Migra Myths - Desmistificando a Imigração da Casa do Brasil.

A Casa do Brasil, associação de apoio à maior comunidade imigrante em Portugal, lançou o projeto "Migra Myths - Desmistificando a Imigração", com o objetivo de ajudar a combater estereótipos e mitos sobre a comunidade.

O projeto visa trabalhar maioritariamente nas redes sociais a partir de publicações e vídeos com dados sobre imigração em Portugal, “desconstruindo estereótipos, trazendo histórias de vida e os problemas que os trabalhadores enfrentam em Portugal”, explica ao jornal Público Ana Paula Costa, da direção da Casa do Brasil, e uma das responsáveis do projeto.

A ideia de avançar com o Migra Myths surgiu quando se perceberam de um “aumento da tensão nas redes sociais e um aumento de informações que não são verdadeiras com o objetivo de influenciar a perceção que os portugueses têm dos imigrantes”, explica a ativista.

A Casa do Brasil reconhece que em Portugal muitos imigrantes “vivenciam a xenofobia todos os dias e em vários espaços: na rua, nas universidades, nos serviços e outros”, sendo importante “reconhecer os preconceitos”, refletindo sobre estes, para ser possível “caminharmos juntos para uma sociedade igualitária”.

Também o combate às fake news está integrado no projeto, que as considera enquanto ferramentas que “podem ser uma forma de promover o discurso de ódio, a xenofobia, a criação de estereótipos e mitos nas redes sociais”.

“Os mitos e estereótipos são um problema bem antigo e muitos imigrantes têm dificuldades por causa disso. Alguns estereótipos estão ligados à ideia de que os imigrantes vêm roubar trabalho aos portugueses, o que é o contrário”, explica Ana Paula Costa.

Mas, além dos estereótipos sobre imigrantes em geral, há um grupo entre a população de nacionalidade brasileira que é vítima de um tipo de discriminação muito particular: as mulheres brasileiras, hiper sexualizadas e vítimas de um tipo de sexismo que se mistura com xenofobia.

“Dependendo do espaço que ocupa, chega ao assédio no trabalho, a assédios corriqueiros na rua onde, depois de ouvirem o sotaque, fazem perguntas íntimas e sexuais”, relata a ativista.

O projeto, que conta com financiamento do Alto Comissariado para as Migrações, lançou um questionário onde pede que as pessoas falem sobre a sua experiência de imigração. Os dados serão futuramente compilados e divulgados num relatório. 

Os imigrantes de nacionalidade brasileira representam um quarto da população imigrante no país. Segundo os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, perfazem 151.304 cidadãos residentes. Do ano de 2018 para 2019 a população brasileira subiu 43%.

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