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Carta aberta de católicos critica bispos por subscrição de manifesto contra aulas de Cidadania

Segundo a Lusa, a carta aberta é dirigida ao cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e ao bispo de Aveiro, António Moiteiro, subscritores do manifesto “Em Defesa das Liberdades de Educação”. No entender dos signatários da carta, esse apoio “representa nova manifestação de um conservadorismo dececionante e indesejável”.
Os 22 subscritores pedem que “para evitar novas associações deste tipo, desafiamos os nossos bispos e toda a Igreja que somos a ponderar melhor sobre os caminhos que trilhamos, perguntando-nos onde está Jesus Cristo nas opções que tomamos” e consideram que “por vezes, existe um alinhamento entre a Igreja e forças políticas bem identificadas com a direita e mesmo com a extrema-direita”.
Os subscritores identificam-se como um “grupo de cidadãos católicos” e entre eles estão Maria João Sande Lemos, do movimento Nós Somos Igreja, o professor universitário Manuel Brandão Alves e o jornalista Jorge Wemans.
“Queremos dizer, com franqueza de cristãos que é devida aos nossos bispos, que o vosso apoio subscrevendo e associando-se ao manifesto «Em Defesa das Liberdades de Educação» contra a obrigatoriedade das aulas de «Educação para a Cidadania e Desenvolvimento» no ensino básico nos dececionou e desgostou muitíssimo”.
O grupo de católicos considera que a “assinatura do referido manifesto é uma desastrada forma de intervenção cívica” e “uma agressão aos católicos que não se reveem”.
Relativamente à disciplina em causa, a carta refere que “não se vislumbram quaisquer tópicos que possam ser, em si mesmo, inconvenientes ou de qualquer forma desadequados à formação dos jovens” e acrescenta que a igualdade de género “não é uma ideologia, como insistem erradamente” a Confederação Episcopal Portuguesa e “os meios católicos conservadores”.
Para os 22 subscritores, a cidadania “não é uma opção, mas, simultaneamente, um direito e um dever de todos, a que “os cristãos não só não se devem eximir, como por cuja concretização devem lutar”.
Por isso, a subscrição dos dois bispos ao manifesto, que também é subscrito por Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho, Adriano Moreira e Ribeiro e Castro, foi “desnecessária e política e pastoralmente irresponsável”.
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