A greve de tempo indeterminado dos trabalhadores do setor metalúrgico da região de Cádis chega ao seu oitavo dia com uma forte carga policial e uma grande manifestação marcada para esta terça-feira, segundo o jornal espanhol El País. Uma nova mesa negocial decorreu na passada noite, mas sem sucesso, entre a patronal Femca e os sindicatos com a mediação da Junta de Andaluzia.
Os trabalhadores marcaram uma grande manifestação para esta terça-feira, onde se estima que participem mais de 3 mil pessoas, de acordo com os organizadores. Mas tal como na véspera, a polícia voltou a carregar sobre os manifestantes, usando balas de borracha e gás lacrimogéneo.
Pelotas de goma y gas pimienta en las cargas policiales en la concentración de los trabajadores del metal en Cádiz
Cádiz | @RTVEAndaluciahttps://t.co/MFBFHOkvUO pic.twitter.com/OjHeQh2HD5
— Radio 5 (@radio5_rne) November 23, 2021
O oitavo dia de greve coincide com a primeira convocatória grevista marcada pelo sindicato estudantil, em apoio aos trabalhadores metalúrgicos, com organização de piquetes às portas das escolas e faculdades
Os estudantes juntaram-se às manifestações e decidiram cortar a ponte José León Carranza, mas a polícia utilizou gases lacrimogêneos e bolas de borracha para afastar os protestos.
António Muñoz, secretário permanente da Naval do sindicato CGT, refere que “nos chegam apoios de toda Espanha porque o que propõe a patronal é um despropósito”, assegurando que o debate sobre o aumento salarial é só uma das “questões de fundo”.
Carga policial gera desconforto no seio do Governo entre Unidas Podemos e PSOE
A utilização de um tanquete durante o sétimo dia de manifestações em Cádis levou a que Yolanda Díaz, ministra do Trabalho do Governo espanhol e eleita pelas Unidas Podemos, pedisse explicações ao Ministério do Interior, liderado por Fernando Grande-Marlaska do PSOE, segundo o El Plural.
Ni a los narcos del Estrecho los tratan así. Imágenes de hoy en Puerto Real (Cádiz). pic.twitter.com/6jFnD94yLo
— NIPORWIFI © (@niporwifi) November 22, 2021
Este desconforto acontece depois de várias imagens circularem pelas redes sociais mostrando um tanquete das equipas anti distúrbios no meio dos manifestantes.
Pablo Iglesias, ex secretário-geral das Unidas Podemos, afirmou que “a maioria das intervenções da Unidade de Intervenção Policial (UIP) têm uma tendência ideológica”, acrescentando que “alguns altos comandos que são, muitos deles, membros da JUSAPOL, o sindicato da ultradireita maioritário”.