You are here

Cádis: Greve dos metalúrgicos no terceiro dia de protestos

Os trabalhadores da metalurgia, que nesta província do sul de Espanha abrange 30 mil pessoas, exigem a renovação da contratação coletiva e a atualização de salários. Segundo os sindicatos, a mobilização ascende a 95% dos trabalhadores.
16 de novembro de 2021 - Cádis | Foto de Alberto González / Facebook

A greve por tempo indeterminado dos trabalhadores da metalurgia chega ao terceiro dia com enormes colunas de fumo e barricadas a bloquear as principais vias de acesso a Cádis, na Andaluzia, tanto rodoviárias como ferroviárias, segundo o jornal El País.

Os sindicatos informam que a mobilização dos trabalhadores ascende a 95% do total, mas as entidades patronais falam de 15%, o que torna percetível o distanciamento negocial que existe entre ambas partes. Este setor é dos mais reivindicativos da província de Cádis, já que abrange 30 mil trabalhadores.

António Montoro, secretário da Federação de Indústria, Construção e Agro da UGT Cádis, anunciou que às 17h desta quinta-feira está agendada uma mesa negocial em Sevilha para tentar chegar a um acordo. Algumas das empresas afetadas pela greve são a Dragados e a Navantia.

Os principais motivos para as mobilizações dos trabalhadores, de acordo com o jornal La Vanguardia, é a caducidade da contratação coletiva, que terminou em dezembro passado. Esta situação afeta cerca de 12 mil trabalhadores.

Os sindicatos exigem “aumentos salariais decentes”, que não impliquem a perda do poder de compra. “O que pedimos é não perder o poder de compra nem agora nem nos próximos anos, pelo que o aumento salarial deve estar vinculado ao IPC (Indicador do Poder de Compra)'', afirma Montoro.

Os representantes dos trabalhadores pedem aumentos de 2% para este ano, de 2,5% para 2022 e de 3% para 2023, para além da diminuição de quatro horas de trabalho anuais.

José María González Santos, mais conhecido como “Kichi”, é o Presidente do município de Cádis. Eleito em 2015 pela confluência entre partidos de esquerda chamada “Por Cádiz Si Se Puede” e em 2019, com quase maioria absoluta e mais cinco eleitos do que na eleição anterior, pelo Adelante Cádiz, juntou-se aos protestos dos trabalhadores dirigindo-se aos manifestantes: “Vocês não são delinquentes, são trabalhadores defendendo o vosso futuro e o pão dos vossos filhos”.

Contra quem ataca os trabalhadores por realizar desacatos, Kichi sublinhou que “tivemos que fazer barricadas para que Madrid nos ouça”, acrescentando que “um trabalhador não pode tirar férias com medo de que o despeçam, isso é violência. Que um trabalhador se aleije no local de trabalho, mas seja obrigado a dizer que se aleijou em casa para não cobrar do seguro, isso também é violência”.

 

Termos relacionados Internacional
(...)