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Brasil: 175 assassínios de transexuais e travestis em 2020

Uma pessoa transgénero foi assassinada em cada 48 horas no Brasil em 2020, segundo um relatório anual da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), divulgado nesta sexta-feira, 29 de janeiro – Dia da Visibilidade Trans.
Bandeira Trans – Foto de https://esquerdaonline.com.br/
Bandeira Trans – Foto de https://esquerdaonline.com.br

175 pessoas trans foram assassinadas eno Brasil em 2020, de acordo com o relatório da Antra, disponível aqui.

Segundo a Lusa, o Brasil é o país com mais assassinatos de transexuais e travestis do mundo, desde 2008. Os dados internacionais são da organização não-governamental Transgender Europe (TGEU). Segundo a Antra, entre 2017 e 2020 foram cometidos 641 assassínios de pessoas transexuais e travestis no Brasil.

"É importante ressaltar que a média dos anos considerados nesta pesquisa (2008 a 2020) é de 122,5 assassinatos por ano. Observando o ano de 2020, vemos que ele está 43,5% acima da média de assassinatos em números absolutos", aponta o relatório da associação. E, acrescenta: "O ano de 2020 revelou aumento de 201% em relação a 2008, o ano que apresentou o número mais baixo de casos relatados, saindo de 58 assassinatos em 2008 para 175 em 2020. Mesmo durante a pandemia, os casos tiveram aumento significativo de acordo com o publicado nos boletins bimestrais ao longo de 2020".

A Antra aponta que as maiores probabilidade de uma pessoas transexual ou travesti ser assassinada no Brasil é na faixa dos 15 aos 29 anos. "O mapa dos assassinatos 2020 aponta que, dentre os 109 casos em que foi possível identificar a idade das vítimas, 61 (56%) vítimas tinham entre 15 e 29 anos, e 31 (28,4%) era a idade daquelas entre 30 e 39 anos, oito (7,3%) entre 40 e 49 anos, e nove (8,3%) entre 50 e 59 anos", revela a organização.

"Também foi identificado que pelo menos 72% dos assassínios foram direcionados contra travestis e mulheres transexuais profissionais do sexo, que são as mais expostas à violência direta e vivenciam o estigma que os processos de marginalização impõem a essas profissionais", refere o documento.

O relatório da Antra lembra que em 2021 se completam 15 anos do assassinato de Gisberta, uma travesti brasileira morta e torturada por um grupo de adolescentes na cidade do Porto.

"Há 15 anos, Portugal despertava para a realidade da intolerância e do ódio contra pessoas 'trans'. O assassínio de uma travesti brasileira no Porto chocava a sociedade, com repercussão mundial. Agredida e violada sistematicamente por 14 adolescentes durante dias, seu corpo foi encontrado no fundo de um poço de 15 metros, onde foi jogada depois de dias de diversas formas de violências", lembra o documento.

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