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Bolívia: vitória eleitoral da esquerda põe fim ao governo golpista

Ao fim de um ano de convulsão política iniciada com as eleições presidenciais que deram a vitória a Evo Morales e foram depois consideradas nulas, o ex-presidente boliviano teve de festejar no exílio uma vitória ainda mais expressiva do seu candidato a sucessor. Luis Arce e David Choquehuanca, candidatos a presidente e vice-presidente da Bolívia, terão obtido uma vitória por uma margem que poucos esperavam, tendo em conta a perseguição movida ao seu partido pelo governo saído do golpe político-militar de 2019.
Segundo as projeções com base nas primeiras contagens de votos, Arce pode recolher 52.4% dos votos dos bolivianos, deixando o principal opositor, Carlos Mesa, com 31.5% dos votos, a mais de vinte pontos percentuais de distância.
“O nosso compromisso é de trabalhar e levar para a frente o nosso programa. Vamos governar para todos os bolivianos”, prometeu Arce numa primeira reação ao anúncio das projeções.
¡Gracias, Bolivia!
En vivo: https://t.co/mCfALY8tUo pic.twitter.com/fC5SGOP4Dj— Luis Arce Catacora (Lucho Arce) (@LuchoXBolivia) October 19, 2020
Jeanine Áñez, a presidente interina escolhida pelos autores do golpe que levou Morales a exilar-se, foi das primeiras figuras políticas a reconhecer a vitória e a felicitar os candidatos apoiados pelo Movimento al Socialisno (MAS), pedindo-lhes que governem “a pensar na Bolívia e na democracia”.
Os resultados finais ainda não são conhecidos e desta vez foi suspenso o mecanismo da contagem rápida dos votos, que esteve na origem da confusão gerada nas passadas eleições presidenciais. As diferenças entre os resultados anunciados, os atrasos sem explicação oficial e a suspensão deste mecanismo a meio da contagem alimentaram na altura suspeitas de manipulação, que a oposição a Evo Morales aproveitou para mobilizar setores policiais e militares com vista a provocar a renúncia do presidente recandidato. Esse golpe prosseguiu com a repressão ao MAS, que teve vários dirigentes e deputados detidos, julgados, condenados, ou obrigados a sair do país. Mesmo ao longo desta campanha eleitoral para as presidenciais e legislativas, o partido denunciou vários atos de perseguição durante a campanha eleitoral contra os seus candidatos.
A partir do exílio em Buenos Aires, Evo Morales saudou o povo boliviano pela “vitória contundente” do seu partido, que alcança a maioria nas duas câmaras legislativas. “Agora vamos devolver a dignidade e a liberdade ao povo”, afirmou o ex-presidente.
Hermanas y hermanos: la voluntad del pueblo se ha impuesto.
Se ha producido una victoria contundente del MAS-IPSP. Nuestro movimiento político tendrá la mayoría en las dos cámaras. Hemos vuelto millones, ahora vamos a devolver la dignidad y la libertad al pueblo.#JallallaBolivia pic.twitter.com/gTHa6qRhTB— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) October 19, 2020
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