You are here

Biólogos preocupados com niveis de mercúrio em golfinhos na costa portuguesa

“Podemos estar perante um potencial problema, associado ao mercúrio no ecossistema marinho em Portugal”, alertam os investigadores da Universidade de Aveiro que estudaram dezenas de golfinhos que deram à costa portuguesa.
Foto Leticia F. Paes/Flickr

Uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro descobriu que os golfinhos da costa portuguesa apresentam níveis de mercúrio mais elevados do que no resto da costa europeia. Segundo os cientistas, a ingestão deste metal pesado e altamente tóxico para a saúde só é ultrapassada pelas espécies que habitam nas costas dos mares Mediterrâneo e Adriático.

“Algumas das presas principais destes golfinhos são espécies comerciais importantes, pelo que representam alimento frequentemente ingerido pelos humanos”, afirmou a bióloga Sílvia Monteiro, investigadora do Departamento de Biologia e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro.

As causas da presença de mercúrio nos golfinhos analisados – entre as dezenas que deram à costa nos últimos anos – podem estar ligadas a fenómenos naturais ligados a processos oceanográficos ou geotérmicos ou à ação humana, nomeadamente a agricultura, a indústria, o tráfego marítimo ou a exploração mineira.

“Os golfinhos possuem um conjunto de características: são predadores de topo, têm uma limitada capacidade de excreção de poluentes, têm uma elevada longevidade e elevada mobilidade. Essas características tornam-nos potencialmente ameaçados por poluentes químicos e potenciais sentinelas do estado de contaminação do ecossistema marinho”, acrescentou Sílvia Monteiro.

A equipa de biólogos justifica este estudo por ser “fundamental conhecer o impacto das ameaças antropogénicas sofridas por estas espécies, de modo a permitir uma implementação eficaz de estratégias de conservação”.

Termos relacionados Ambiente
(...)