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Atraso nas inspeções às torres permitiu apagar rasto de legionella

Segundo o Jornal de Notícias de sábado passado, 19 de dezembro, muitas empresas limparam as torres de refrigeração antes da inspeção feita pelas entidades de saúde. O surto de legionella, que afetou os concelhos de Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Matosinhos, infetou 88 pessoas e provocou 11 mortes.
O jornal refere que o primeiro caso de legionella foi diagnosticado a 29 de outubro e a ida das delegações de saúde dos concelhos às empresas e centros comerciais teve início a 9 de novembro, 11 dias depois. A demora ajudou a apagar o rasto da legionella e muitas empresas procederam à limpeza das torres de refrigeração antes da inspeção, diz o Jornal de Notícias.
A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte diz, pelo contrário, que a intervenção "foi atempada e ajustada". A ARS refere que foi preciso fazer a investigação epidemiológica e ambiental, proceder à análise e georreferenciação dos dados, avaliar os ventos, para identificar "os locais considerados como potenciais fontes de infeção".
A realidade, porém, é que, quase dois meses depois do início do surto, não há certeza quanto à origem e, apesar de ter sido detetada a batéria na torre da Longa Vida a 20 de novembro, a correlação ainda não foi comprovada.
De acordo com o jornal, uma fonte próxima do processo contou que "em muitas empresas, quando foram feitas as colheitas, havia um cheiro muito intenso a cloro, sinal de que as torres foram limpas".
O JN avança que os presidentes das Câmaras de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim queixam-se de falta de informação e dizem que já pediram uma reunião com a delegação de saúde. A presidente da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz, lembra que há uma investigação do Ministério Público em curso e refere que, apesar de a batéria da legionella ter sido detetada nas torres da Longa Vida, “não há certezas absolutas que o foco tenha estado naquela empresa”.
O último comunicado da ARS Norte, de 29 de novembro, referiu, contudo, que, desde que as torres da Longa Vida foram suspensas, os casos diminuíram e, 14 dias depois - o período de incubação -, deixaram de aparecer.
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