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Assange pode morrer na prisão, alertam 60 médicos
De acordo com uma carta aberta subscrita por cerca de sessenta médicos e endereçada a Priti Patel, ministro do Interior britânico, Julian Assange arrisca morrer na prisão caso não receba os cuidados de saúde adequados.
A saúde do fundador da WikiLeaks está de tal forma fragilizada que os médicos subscritores da carta expressam as suas “sérias preocupações sobre a saúde física e mental” de Assange.
No documento de dezasseis páginas os médicos alertam que Assange “precisa urgentemente de diagnóstico médico” e apelam a que “qualquer tratamento médico indicado seja administrado por pessoal devidamente equipado e com experiência”. Por esse motivo, apelam à sua transferência para um hospital universitário em Londres.
“Se o diagnóstico urgente e tratamento não acontecerem, temos sérias preocupações, de acordo com as provas de que dispomos, que o senhor Assange pode morrer na prisão. A situação médica é portanto urgente. Não há tempo a perder”, lê-se na carta.
Segundo o Guardian, na origem da carta está o visível estado de Assange a 21 de outubro, dia em que compareceu em tribunal, bem como um relatório publicado a 1 de novembro por Nils Melzer, relator especial das Nações Unidas sobre tortura. Melzer disse mesmo que “uma exposição continua à arbitrariedade e abuso poderão brevemente custar-lhe a vida”.
“Do ponto de vista clínico e face às evidências disponíveis, temos uma grande preocupação em relação ao estado físico de Assange para se deparar com o julgamento de fevereiro de 2020. Na nossa opinião, é muito importante que Assange obtenha urgentemente uma avaliação médica sobre o seu estado físico e psicológico”, dizem os sessenta profissionais de saúde.
O jornalista de 48 anos está privado de liberdade desde 2012. Inicialmente na embaixada do Equador em Londres e, depois de ter sido retirado à força pela polícia britânica, encontra-se agora numa prisão de alta segurança na mesma cidade.
Os Estados Unidos da América continuam a tentar extraditar o jornalista para o poderem julgar por espionagem. Assange fundou a WikiLeaks, responsável por uma das maiores fugas de informação confidencial da história do país. Se condenado, Julian Assange arrisca uma pena até 175 anos de prisão.
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