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Array Collective: Arte ativista ganha Prémio Turner

Uma instalação artística pelos direitos reprodutivos e a denunciar as chamadas “terapias de reorientação sexual” venceu o mais prestigiado prémio de arte contemporânea britânico.
The Druithaib’s Ball. Foto de Arts Council of Northern Ireland/Twitter.
The Druithaib’s Ball. Foto de Arts Council of Northern Ireland/Twitter.

O Prémio Turner 2021 de arte contemporânea foi atribuído esta quinta-feira ao grupo Array Collective, um coletivo ativista sediado em Belfast. O júri do prémio que é dos mais prestigiados na sua área louvou a forma como o grupo aborda questões sociais e políticas da Irlanda do Norte e particularmente uma das suas instalações, The Druithaib’s Ball, na qual se simula um pub irlandês ilegal decorado ao mesmo tempo com faixas a favor dos direitos reprodutivos e em protesto contra as chamadas “terapias de reorientação sexual” com elementos da cultura celta, no que será “um lugar para nos juntarmos fora das barreiras sectárias”.

Os vencedores terão direito a um prémio pecuniário de 25.000 libras (29,3 mil euros), que usarão para continuar a pagar o arrendamento do seu estúdio, e verão as suas obras expostas, junto com as dos outros coletivos finalistas, no Museu Herbert Art em Coventry. Regressam assim a nomeação de um vencedor e as exposições depois de, no ano passado, devido à pandemia, o prémio ter sido transformado em dez bolsas artísticas.

O Array Collective é conhecido pela sua intervenção, nomeadamente pela descriminalização do aborto, pelos direitos LGBTQ+, pela promoção da saúde mental, pela defesa da língua irlandesa, contra a gentrificação e a mentalidade colonialista.

Unem performances, workshops e presenças em manifestações a exposições das suas obras. E o humor é uma das armas a que recorrem. É composto pelos artistas Sighle Bhreathnach-Cashell, Jane Butler, Emma Campbell, Alessia Cargnelli, Mitch Conlon, Clodagh Lavelle, Grace McMurray, Stephen Millar, Laura O'Connor e Thomas Wells. E dizem não se limitar a fazer intervenções esporádicas sobre temas sociais mas estarem “profundamente envolvidos na ecologia social e política” do ativismo. Um dos projetos que desenvolveram, aliás, é o Artists Make Change sobre o papel dos artistas na sociedade, no qual defendem que estes devem ser um motor de transformação social.

Alex Farquharson, presidente do júri e diretor da galeria Tate Britain, que integra o museu nacional de arte moderna britânico, justificou a atribuição do galardão por considerar que “lidam com assuntos importantíssimos, mas trazendo sentido de humor, prazer, alegria, esperança e hospitalidade – muitas vezes através do absurdo, do camp e do teatro – a uma situação extremamente tensa” e por o fazerem num espírito “libertador e pós-sectário”.

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