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Alto Minho: Manifestações pela remunicipalização da gestão da água e do saneamento

Em sete concelhos do Alto Minho realizaram-se ontem ações contra a Águas do Alto Minho e pela reversão da empresa para os municípios. As populações protestam contra o aumento dos preços e o mau serviço prestado pela empresa, que começou a operar em janeiro.
Em sete concelhos do Alto Minho, as populações protestaram contra o aumento dos preços da água e o mau serviço prestado pela empresa AdAM, que começou a operar em janeiro passado
Em sete concelhos do Alto Minho, as populações protestaram contra o aumento dos preços da água e o mau serviço prestado pela empresa AdAM, que começou a operar em janeiro passado

Os protestos realizaram-se a partir das 10h deste sábado, 8 de agosto de 2020, em frente às câmaras municipais dos concelhos que integram a Águas do Alto Minho (AdAM): Arcos de Valdevez, Caminha, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.

A convocatória partiu de um grupo de pessoas, que em março passado lançou uma petição Pelo fim da empresa intermunicipal de Águas do Alto Minho, e agora apelou aos protestos através das redes sociais.

A AdAM, empresa de gestão das redes de água em baixa e de saneamento, é detida em 51% pela AdP e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe - Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho. As câmaras de três concelhos (Ponte da Barca - PSD, Monção – PSD - e Melgaço - PS) reprovaram a constituição da AdAM e não participam nela.

A AdAM começou a operar em janeiro passado e em abril suspendeu a faturação, por terem sido detetados erros que afetaram cerca de 15 mil consumidores.

Em Viana do Castelo, concentraram-se mais de meia centena de pessoas, segundo a Lusa, que recolheu depoimentos das pessoas que protestavam contra o serviço prestado pela empresa, nomeadamente falta de atendimento quer por telefone ou e-mail, grandes filas à espera de atendimento na loja e, sobretudo, subida significativa do montante das faturas, após a entrada em fundionamento da empresa.

"Os bens de primeira necessidade não podem ser privatizados e dar lucro, mas sim entregues a uma entidade pública", declarou um dos entrevistados à reportagem da Lusa.

Em abril passado, o Bloco de Esquerda questionou o governo sobre a AdAM, numa pergunta subscrita pela deputada Maria Manuel Rola e pelo deputado José Maria Cardoso, em que criticava a opção de a constituir, exemplificando com o caso da “empresa intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior".

"De tal forma é errada a opção de agregação de sistemas municipais, que vários municípios têm vindo a revertê-la, fruto de brutais aumentos das tarifas nestes sistemas e da consequente mobilização das populações face a esta injustiça", apontavam os deputados.

Em resposta, o governo defendeu o modelo adotado para a AdAM. Passados mais de três meses, os protestos da população são maiores, como se verificou este sábado nos sete concelhos.

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