O conselho científico do Instituto Superior Técnico (IST), que reúne cerca de 700 professores doutorados, decidiu em votação secreta pela não criação de uma fundação pública de direito privado, uma figura prevista no Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior. As votações decorreram até ontem e, contados os votos, 276 professores recusaram, contra 258 a favor, nove votos brancos e um nulo, informa o Público de hoje.
Na segunda-feira, o conselho científico reuniu-se para discutir a criação de uma assembleia ad hoc para a eventual criação da fundação. "Não tenho memória de uma votação tão participada", disse ao Público um professor que pediu anonimato. "Esta foi uma grande derrota para o senhor ministro e para o presidente do Técnico", interpretou um outro docente.
A nova lei prevê que as instituições interessadas possam constituir-se em fundações de direito privado e o Técnico era apontado como a instituição do Ensino Superior ideal para isso. O reitor da Universidade de Coimbra, Seabra Santos, chegou mesmo a dar voz a rumores de que esta lei era feita à medida do IST. O ministro Mariano Gago, o secretário de Estado Manuel Heitor, o presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia João Sentieiro, o director do programa Portugal/MIT Paulo Ferrão são todos do IST.
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