João Vasconcelos

João Vasconcelos

Professor. Mestre em História Contemporânea.

Num mês em que o Algarve contempla centenas de milhares de pessoas, esta região tem a funcionar apenas uma urgência de obstetrícia. Uma autêntica calamidade que atinge o SNS.

Um dos legados de Joe Biden é deixar um mundo mais perigoso, incluindo o reforço da extrema-direita, em particular na Europa, mas também nos próprios EUA caso Trump saia vencedor das presidenciais de novembro.

Os povos almejam a paz e rejeitam a guerra e a sua escalada, que só pode conduzir ao desastre. Por este facto, diversos políticos e forças belicistas acabaram por ser derrotados nas eleições europeias.

As recentes declarações do Almirante Gouveia e Melo suscitam uma grande perplexidade e alarme social no país, revelando-se bastante perigosas. Refere ele que é “importante desenvolver rapidamente um forte complexo militar e industrial europeu”.

A construção de uma verdadeira Europa de paz, tolerante e respeitadora dos direitos humanos só será possível com menos NATO e até com a sua dissolução, e não com a sua ampliação e reforço militarista.

Mais de 70% da população do Algarve vive do turismo, restauração e atividades conexas. O modelo de desenvolvimento económico regional assenta na monocultura do turismo de sol e praia, da responsabilidade de PS e PSD, com base no trabalho sazonal e precário e na especulação imobiliária.

Não podem ser os consumidores urbanos e os pequenos agricultores a pagar o preço das escolhas que apenas têm beneficiado uns quantos. A dependência da monocultura do turismo continua a acentuar-se à custa da proliferação dos baixos salários e do agravamento da crise da habitação.

O pânico está instalado no Algarve, particularmente entre os agricultores. A região está a atravessar a pior seca de sempre, com os níveis mais baixos das reservas das albufeiras de sempre, o mesmo se passando ao nível das águas subterrâneas, uma consequência de 10 anos de seca contínua.

Um gigantesco massacre contra a população civil está a ser cometido em Gaza pelo Estado terrorista de Israel, perante a hipocrisia, o silêncio, o incentivo e a proteção dos governos do mundo ocidental, com os norte-americanos à cabeça logo secundados pela UE, onde se inclui o governo português.

Esta nova ULS, ao pretender colocar sob um único comando hierarquizado os hospitais e centros de saúde, reflete uma visão hospitalocêntrica ao subordinar os centros de saúde, limitando a sua autonomia e condicionando, de forma grave, a relação de proximidade com os utentes e populações.