João Vasconcelos

João Vasconcelos

Professor. Mestre em História Contemporânea.

O que a UE/Europa deve fazer, para ser levada a sério, é a elaboração de um verdadeiro plano de paz para acabar com a guerra e apresentá-lo na ONU para ser discutido e aprovado e sempre com a intervenção da própria Ucrânia. E tanto Putin como Trump devem retirar as mãos da Ucrânia.

Impõe-se com urgência, não o aumento das despesas e do escalar da guerra, mas a paz, sentando os beligerantes à mesa das negociações. E condenar os responsáveis pelos crimes de guerra. Seja na Ucrânia ou no Médio Oriente.

O OE para 2025 é ruinoso e não dá resposta ao país. Além da borla fiscal, vai continuar a transferir para as PPP’s rodoviárias cerca de 1.500 milhões de euros, muitos outros milhões vão ser canalizados para a saúde privada e para os contratos de associação com as escolas privadas.

Num mês em que o Algarve contempla centenas de milhares de pessoas, esta região tem a funcionar apenas uma urgência de obstetrícia. Uma autêntica calamidade que atinge o SNS.

Um dos legados de Joe Biden é deixar um mundo mais perigoso, incluindo o reforço da extrema-direita, em particular na Europa, mas também nos próprios EUA caso Trump saia vencedor das presidenciais de novembro.

Os povos almejam a paz e rejeitam a guerra e a sua escalada, que só pode conduzir ao desastre. Por este facto, diversos políticos e forças belicistas acabaram por ser derrotados nas eleições europeias.

As recentes declarações do Almirante Gouveia e Melo suscitam uma grande perplexidade e alarme social no país, revelando-se bastante perigosas. Refere ele que é “importante desenvolver rapidamente um forte complexo militar e industrial europeu”.

A construção de uma verdadeira Europa de paz, tolerante e respeitadora dos direitos humanos só será possível com menos NATO e até com a sua dissolução, e não com a sua ampliação e reforço militarista.

Mais de 70% da população do Algarve vive do turismo, restauração e atividades conexas. O modelo de desenvolvimento económico regional assenta na monocultura do turismo de sol e praia, da responsabilidade de PS e PSD, com base no trabalho sazonal e precário e na especulação imobiliária.

Não podem ser os consumidores urbanos e os pequenos agricultores a pagar o preço das escolhas que apenas têm beneficiado uns quantos. A dependência da monocultura do turismo continua a acentuar-se à custa da proliferação dos baixos salários e do agravamento da crise da habitação.