O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) denuncia que por duas vezes a Webhelp/Concentrix tentou despejar dois trabalhadores estrangeiros de suas casas. Essas tentativas só não foram bem sucedidas devido à intervenção do sindicato, que conseguiu impedir estes despejos ilegais, com o recurso à polícia.
“À terceira, a empresa conseguiu despejá-los, arrombando portas, tirando os bens pessoais dos trabalhadores e mudando a fechadura” refere o CESP em comunicado, acrescentando que a empresa não tem “qualquer ordem de tribunal”. Para justificar este despejo, a Webhelp/Concentrix alega que os trabalhadores têm faltas injustificadas. E ao mesmo tempo que deixa sem teto os seus trabalhadores imigrantes em Lisboa, a empresa faz gala da sua parceria com a associação CAIS, que desenvolve projetos de combate à exclusão social, como sendo "uma extensão natural dos nossos valores e prioridades".
Mas os "valores e prioridades" apregoados por esta empresa são contrariados pelas suas ações, como denuncia o sindicato: “A Webhelp contrata trabalhadores estrangeiros e subcontrata empresas como a HOUZE ou a CSFM para fazerem a gestão dos alugueres de quarto a estes trabalhadores”, afirma o CESP, acrescentando que “estes trabalhadores pagam cerca de 300€ por este alojamento, retirados diretamente do seu salário - sem direito a recibo de arrendamento!”
“Estes dois trabalhadores, estando longe do seu país de origem, não têm familiares a quem recorrer!” conclui o CESP
A situação vivida por estes dois trabalhadores despejados levou o CESP a promover um protesto no dia 6 de maio, de manhã, em frente às instalações da empresa, na Avenida Mediterrâneo, em Lisboa.
