Solidariedade

Universidade do Minho: quinze dias de acampada pela Palestina

12 de junho 2024 - 16:47

Dezenas de estudantes estão a ocupar a Universidade do Minho, em solidariedade com o povo palestiniano. Solicitam que a Universidade tome posição sobre o genocídio em Gaza. A sua ação levou 80 docentes a subscrever a carta “Calar é Consentir”, endereçada ao Reitor e ao Conselho Geral da Universidade.

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Estudantes pela Palestina na Universidade do Minho
Estudantes pela Palestina na Universidade do Minho. Fotografia: Ocupauminho

Desde o dia 28 de maio que, diariamente, dezenas de estudantes estão a ocupar o polo da Universidade do Minho em Braga. 

“A ocupação começou fez ontem duas semanas” afirma Ema Carvalho, da organização da acampada, em declarações ao Esquerda.net acrescentando que diariamente têm contado com cerca de “vinte pessoas, que vão rodando”. A estas acrescem as muitas pessoas que se têm juntado às iniciativas organizadas pelos estudantes.

“Na semana passada tivemos concertos, ontem tivemos um minuto de silencio pelas vitimas na Palestina, daqui a pouco vamos ter uma mesa redonda de debate e depois uma assentada” refere Ema Carvalho.

Os estudantes estão articulados com as acampadas de Coimbra, Porto e Lisboa e integram também uma coligação internacional.
 


Reivindicações dos estudantes

No seu manifesto, os estudantes solicitam que a Universidade do Minho tome “um posicionamento inequívoco, na próxima reunião do Conselho Geral, de reconhecimento do genocídio a decorrer atualmente na Palestina”.

Reivindicam também “uma revisão profunda dos acordos com as universidades e centros de investigação israelitas”, apelam à “intensificação da cooperação com instituições de ensino e centros de investigação da Palestina” e pretendem o reforço dos “programas de cooperação, voluntariado e assistência humanitária à população palestina”.

Os estudantes manifestam o seu repúdio para com “discursos antissemitas, bem como qualquer discurso de ódio” e prometem lutar sempre “pela liberdade e contra todas as formas de violência”.

Calar é Consentir: mais de 80 docentes escrevem ao Reitor

No dia 11 de junho foi divulgada uma carta aberta designada “Calar é Consentir”, subscrita por mais de 80 docentes da Universidade do Minho.

Neste documento, dirigido ao Reitor e ao Conselho Geral da Universidade do Minho, os docentes manifestam-se “solidários e próximos dos muitos milhares de vítimas do genocídio em curso” e congratulam-se “com as posições desassombradas assumidas por estudantes em todo o mundo e, também, no nosso país e na nossa Universidade”.

“Queremos reafirmar as Universidades, e, de forma particular, a nossa, como lugares de procura e liberdade, de dissenso e de saber, de tolerância, respeito pelo outro e defesa daquilo que nos faz humanos. Sem polícia nos campi nem subserviência”.

Ema Carvalho saúda a iniciativa de avançar com esta carta aberta e afirma que “é sempre bom ter a solidariedade da comunidade académica e dos professores”.