Trabalhadores da Continental Mabor em protesto

02 de abril 2024 - 20:43

Os trabalhadores da Continental Mabor, em Vila Nova de Famalicão, realizaram uma ação de protesto em frente às instalações das fábrica. Lutam por uma real valorização do trabalho e dos salários.

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Concentração na Continental Mabor. Fotografia: CGTP

No dia 28 de março, entre as 14h00 e as 17h30, os trabalhadores da Continental Mabor estiveram concentrados em protesto junto à portaria principal da empresa. 

“A quem trabalha é exigido sempre mais: mais tarefas, mais produção, mais responsabilidades, mais stress, mais tempo, mais disponibilidade” afirma o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE – Norte).

“O salário real continua a diminuir. Por este rumo e a este ritmo, em breve a remuneração daqueles trabalhadores especializados ficaria ao nível do salário mínimo nacional” refere o SITE Norte, acrescentando que “a cada ano que passa, os trabalhadores criam mais e mais riqueza para o acionista. No ano de 2022, cada trabalhador entregou mais de 95 mil euros de lucro. É expectável que este valor seja superior em 2023 e que volte a subir em 2024.” 

O sindicato defende que o valor do prémio seja integrado no salário-base de modo a assegurar “um aumento salarial justo e necessário, para inverter o caminho do salário mínimo” e considera que “é possível aumentar também o valor da distribuição de lucros, para uma mais justa repartição da riqueza gerada”.

A Continental Mabor

O Grupo Continental foi fundado em Hanover em 1871 como uma sociedade por ações "Continental-Caoutchouc-und guta-percha Compagnie". A sua atividade principal na fábrica em Hanover incluía produtos suaves de borracha, tecidos emborrachados, e pneus maciços para carruagens e bicicletas.

Em 1946 foi inaugurada na freguesia de Lousado, em Vila Nova de Famalicão, Manufatura Nacional de Borracha (Mabor), nome obtido pelo acrónimo de Maria Borges, o nome da esposa do proprietário da empresa. Em 1990 a Continental adquiriu 60% do capital da Mabor e três anos depois passou a deter a totalidade da empresa.

A unidade de produção de Lousado emprega mais de 3.700 pessoas e tem uma capacidade de produção de mais de 50 mil pneus por dia.  Em 2022, a Continental gerou vendas de 39,4 mil milhões de euros a nível mundial.