1º de Maio

Melhor salário, mais descanso, menos desigualdade, propostas que marcam dia do Trabalhador

01 de maio 2024 - 16:43

Milhares de pessoas manifestaram-se em todo o país neste 1º de Maio. Mariana Mortágua sublinhou as propostas do Bloco: subida do salário mínimo para os 900 euros, quatro dias de trabalho por semana e leques salariais contra a disparidade de salários entre administradores e trabalhadores.

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1º de Maio 2024. Desfile de Lisboa da CGTP.
1º de Maio 2024. Desfile de Lisboa da CGTP. Foto de MIGUEL A. LOPES/LUSA:

O 50º aniversário do primeiro dia do Trabalhador em liberdade do Portugal contemporâneo foi celebrado por milhares de pessoas nas ruas. O desfile da CGTP em Lisboa, da avenida Almirante Reis até à Alameda Afonso Henriques, abriu com os lemas “1.º de Maio, aumentar salários e pensões, garantir direitos” e “Combater a exploração, Abril por um Portugal com futuro”.

O secretário-geral da organização sindical, Tiago Oliveira, vincou tratar-se de uma importante jornada de luta contra um governo que está “a dificultar a vida aos trabalhadores” e traz a “perspetiva de baixos salários”.

Na mesma manifestação, Mariana Mortágua realçou os dados “preocupantes” dados a conhecer: “em Portugal, trabalha-se mais horas do que no resto dos países da Europa. Os salários são inferiores à média da Europa, são aliás dos mais pequenos da Europa, e há mais precariedade, mais contratos a prazo, menos estabilidade na vida do que em muitos outros países da Europa”.

O Bloco de Esquerda quer acredita que “o país se torna mais forte, cresce mais, é mais igual, se for capaz de pagar melhores salários, dar melhores condições de trabalho, dar mais estabilidade no emprego, mas também menos horas de trabalho para que possamos viver, ter tempo para a família, para o lazer”.

Por isso, a coordenadora do partido vincou três propostas. Em primeiro lugar, a subida do salário mínimo para os 900 euros já este ano porque “é o mínimo que podemos fazer para compensar toda a perda de poder de compra e para empurrar os restantes salários”.

Em segundo lugar, “quatro dias de trabalho por semana” porque “já produzimos o suficiente, já temos as tecnologias, a produtividade para reduzir o número de horas de trabalho” e para que assim “possamos ter menos tempo de trabalho, mais produtividade, certamente, e mais tempo para lazer e para a família”.

Em terceiro lugar, a introdução de leques salariais uma vez que “não há nenhuma razão para que o presidente de uma empresa ganhe 100, 200, 300 vezes mais do que ganha um trabalhador” dado que este “não trabalha 300 vezes mais”. Para Mariana Mortágua, esta medida obrigaria a que um presidente “para se pagar a si mesmo um salário milionário” tivesse que “subir os salários de todos os trabalhadores dessa empresa”.

A porta-voz partidária considera a estas propostas “sensatas” e defende que fazem “com que o país cresça e seja mais capaz de distribuir a riqueza que é produzida por todos”.