A coordenadora do Bloco de Esquerda esteve esta terça-feira em Penafiel a ouvir as trabalhadoras da Zenaide, uma fábrica têxtil com 86 trabalhadoras que está parada desde o final de fevereiro. Mariana Mortágua defendeu que as trabalhadoras estão a defender “o mais básico”, que é o pagamento dos salários em atraso e a informação sobre o seu futuro.
As trabalhadoras “sabem que a empresa foi comprada, sabem que têm subsídio também em atraso, sabem que o patrão que comprou a empresa não dá a cara e não lhes diz o que vai acontecer”, defendeu. “Estão num limbo”.
A empresa pode entrar em insolvência ou pode ser revitalizada, mas neste momento as trabalhadoras estão sem salário, e como recebem salário mínimo “têm muitas dificuldades para enfrentar o fim do mês”.
“O governo tem um papel a desempenhar”, disse a dirigente bloquista. “Mesmo em gestão, tem de garantir que a lei é cumprida, que as empresas não podem simplesmente deixar as trabalhadoras à porta sem saberem como vai ser o futuro”.
A visita do Bloco de Esquerda procurou dar voz a estas trabalhadoras para “obrigar o patrão a dar a cara e a dizer-lhes o que vai ser o seu futuro”, mas a coordenadora do Bloco de Esquerda deixou a indicação de que “todos os partidos deviam ouvir as trabalhadoras” para o mesmo efeito.
Questionada sobre a campanha eleitoral, Mariana Mortágua sublinhou que “se a campanha for sobre como é difícil ganhar o salário mínimo e chegar ao fim do mês, sobre porque é que pessoas que trabalham a tempo inteiro não conseguem pagar casa, comida e conta de eletricidade, sobre desemprego em setores essenciais como o têxtil ou automóvel, sobre patrões que compram empresas e que deixam centenas de mulheres sem saberem o seu futuro, então valeu a pena”.