O balanço das autoridades marroquinas no início da tarde de sábado apontava para mais de mil vítimas mortais e mais de 1.200 feridos na sequência do violento sismo ocorrido por volta das 23h de sexta-feira. O epicentro localizou-se nas montanhas do Alto Atlas, a 80 quilómetros a sudoeste de Marraquexe.
Na província de Al Haouz, mais próxima do epicentro na localidade de Ighil, foram contados 394 mortos, seguindo-se Taroudant (271 mortos), Chichaoua (91), Ouarzazate (31), Marraquexe (13), Azilal (11), Agadir (5), Casablanca (3) e Al Youssufia (1).
O sismo teve uma magnitude de 7,0 na escala de Richter e foi sentido a centenas de quilómetros do epicentro, com muitos habitantes de cidades marroquinas como Casablanca e Rabat a saírem de suas casas para evitarem sofrer consequências de eventuais réplicas. Também em Espanha e Portugal o sismo foi sentido em várias localidades.
Na cidade de Marraquexe foram milhares os moradores e turistas que não arriscaram o regresso às casas e hotéis durante a noite, após vários edifícios terem colapsado com a força do terramoto. Nas horas seguintes ao grande terramoto, os sismógrafos detetaram mais 25 sismos em Marrocos com magnitudes inferiores.
De imediato chegaram a Marrocos mensagens de condolências e oferta de apoio por parte de vários países, incluindo Portugal. A vizinha Argélia, que mantém relações cortadas com Marrocos, autorizou a abertura do seu espaço aéreo para voos com ajuda humanitária e disponibilizou-se a enviar assistência, caso as autoridades marroquinas assim o solicitem.
Segundo o portal de notícias espanhol Público, os turistas de férias em Marraquexe que tentam obter ajuda para antecipar o regresso a Espanha são informados que os lugares disponíveis serão dados prioritariamente às pessoas que estão nas zonas mais afetadas. E as companhias aéreas não tardaram a aproveitar-se da situação, com um bilhete para um voo Marraquexe-Madrid para este domingo a custar 1.400 euros, face aos 100 ou 150 euros cobrados por uma viagem na próxima semana.
Este foi o sismo mais forte desde que há registos e o mais mortífero dos últimos anos em Marrocos, um país geograficamente sensível a estes fenómenos graças à sua posição entre as placas africanas e euroasiática. Em 2004, um sismo em Al Hoceïma com magnitude de 6,4 vitimou 628 pessoas. Mas o maior número de mortes registou-se em 1960 em Agadir, quando um sismo de magnitude 5,8 matou mais de 12 mil pessoas.