Está aqui

Terceiro período: Bloco propõe telescola

A proposta bloquista trata também de contacto entre escola e alunos, de avaliação e exames e identifica “problemas relacionados com o ensino à distância”. Joana Mortágua sublinha: é “importante garantir que nenhuma criança fica para trás”.
Joana Mortágua - Fotografia de António Pedro Santos Agência Lusa.
Joana Mortágua - Fotografia de António Pedro Santos Agência Lusa.

O Bloco de Esquerda apresentou no parlamento um projeto de resolução para recomendar ao Governo que as aulas do terceiro período sejam dadas com recurso a telescola, devido à pandemia da covid-19, e que só seja considerada para avaliação final a matéria lecionada presencialmente.

“Ainda ninguém sabe se vão continuar suspensas as aulas presenciais, mas é importante garantir que o país está preparado para um modelo de ensino a distância que cumpra os princípios da igualdade e da universalidade do direito à educação” declarou Joana Mortágua.

A deputada acrescentou, em declaração em vídeo, que a proposta de organização do terceiro período "passa em primeiro lugar pela telescola porque a televisão é a ferramenta que as crianças mais têm em casa".

Os “conteúdos relativos a todos os anos escolares” devem ser “disponibilizados em canal aberto, em Televisão Digital Terrestre (TDT)”, sendo para isso “mobilizados os vários canais ainda disponíveis”, existindo também um complemento “com exercícios disponíveis numa plataforma a única, de simples utilização, que deve ser criada pelo Ministério da Educação”.

Contacto entre a escola e os alunos e avaliação

O Bloco de Esquerda recomenda igualmente que os contactos entre as escolas e os alunos devem ser feitos “por um professor, o diretor de turma, que deve ficar responsável pelo acompanhamento pedagógico mas também pela identificação e sinalização de situações de risco ou de isolamento das crianças”.

Em relação à avaliação, Joana Mortágua afirma que “é preciso compreender que num ano atípico também a avaliação tem de ser diferente para ser justa”.

Nesse sentido, “só deve contar para nota a matéria que foi lecionada presencialmente e isto deve contar também para os exames nacionais de acesso ao ensino superior” e o Governo “deve avaliar a oportunidade dos exames nacionais e quando é que os deverá marcar, fazendo isso sempre em contacto com as instituições de ensino superior”.

“Em terceiro lugar, devem ser suspensas as provas de aferição e a prova final do 9.º ano”, advoga Joana Mortágua.

“Importante garantir que nenhuma criança fica para trás”

A deputada do Bloco salienta ainda que “num momento tão difícil como este”, com as escolas fechadas desde meados de março como medida para evitar a propagação da Covid-19, é “importante garantir que nenhuma criança fica para trás”.

“Se cometêssemos um erro agora, isso poderia prejudicar a vida de muitas crianças no futuro e é isso que temos todos que evitar para garantir uma educação de qualidade com justiça e com igualdade para todas as crianças”, acrescenta.

No projeto de resolução apresentado esta semana na Assembleia da República, o Bloco de Esquerda defende que, “havendo um alargado consenso sobre a necessidade de estratégias de ensino à distância para garantir que as crianças não perdem contacto com a realidade escolar, é preciso evitar os riscos de aprofundamento das desigualdades e de isolamento dos alunos”.

Dificuldades do ensino à distância

O projeto bloquista identifica “problemas relacionados com o ensino à distância” e o teletrabalho, com alunos e docentes “assoberbados de tarefas”, refere dificuldades ao nível do domínio das tecnologias e em ter espaços isolados em casa para recriar o ambiente escolar. Salienta também que o método do acompanhamento online “deixou de fora uma larga franja de alunas/os por falta de equipamento informático, acesso à Internet ou dispositivos móveis compatíveis com as atividades exigidas”.

O projeto defende ainda que “o Ministério da Educação e as autarquias devem ser responsáveis pela disponibilização dos vários materiais e equipamentos a que os alunos não tenham acesso em casa”.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Covid-19, Política
(...)