Bolívia

Tentativa de golpe de Estado

26 de junho 2024 - 22:07

Perante as movimentações de unidades militares que tentaram entrar no palácio presidencial, o presidente Luís Arce denunciou uma tentativa de golpe de Estado no país.

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Luis Arce enfrenta o general golpista junto ao Palácio presidencial. Foto que circula nas redes sociais.
Luis Arce enfrenta o general golpista junto ao Palácio presidencial. Foto que circula nas redes sociais.

Numa primeira mensagem publicada na rede social X, esta quarta-feira, o presidente da Bolívia começava por falava em "movimentações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano" e dizia sucintamente que "a democracia deve respeitar-se".

Um pouco mais tarde, em direto nas suas redes sociais e com todo o governo reunido à sua volta, denunciou claramente uma "tentativa de golpe de Estado" no país, apelando ao respeito da ordem constitucional e convocando "o povo boliviano" para que "se organize e se mobilize" em defesa da democracia.

Também o ex-presidente Evo Morales, antigo aliado de Arce mas agora seu rival político na tentativa de regressar ao mais alto cargo político do país, denunciou a situação, tendo sido dos primeiros a falar em golpe de Estado e avançando que tinha sido convocada uma reunião de emergência do Estado Maior do Exército. Como resposta, convocou "os movimentos sociais do campo e da cidade para defender a democracia".

 

O principal responsável por esta tentativa de golpe militar é o general Juan José Zúñiga, comandante geral das Forças Armadas do país desde 2022. Luis Arce respondeu à sua tentativa declarada de derrubar governo mudando o Alto Comando Militar. O novo comandante das Forças Armadas da Bolívia, José Wilson Sánchez Velásquez, ordenou imediatamente que todas as forças militares nas ruas "devem voltar às suas unidades", jurando respeito à ordem constitucional do país.

Segundo o diário Red, Zúñiga não terá conseguido juntar apoios de mais unidades militares. O general tinha ameaçado no dia 24 prender Evo Morales, afirmando que não o deixaria voltar a ser presidente. No dia seguinte, começaram a correr rumores de que seria destituído. Às 15 horas desta quarta-feira, hora boliviana, começaram as movimentações militares na Praça Murillo, onde se situa o Palácio do Governo, tendo esta sido ocupada. Dentro de um tanque, o general ameaçou a destituição do governo e do parlamento mas acabou por abandonar o local sem o ter conseguido fazer.

Isto depois de um enfrentamento verbal com o presidente da República que o impediu de avançar. Arce disse-lhe cara a cara: "não vou permitir esta insubordinação" e mandou-o voltar atrás.

O jornal Página 12 dá conta que, depois da retirada dos militares da praça, os muitos cidadãos que aí se tinham juntado reagiram cantando o hino nacional e gritando "Lucho no está solo", numa referência ao presidente.

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