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O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) anunciou a entrega de um pré-aviso de greve de 3 a 30 de Novembro, e de participação na greve geral convocada pela UGT e pela CGTP para o dia 24 do mesmo mês. A greve dos trabalhadores do fisco deverá realizar-se de forma rotativa, à razão de um dia por distrito.
Sob o título de "Traição", o comunicado do STI explica os motivos que levam os trabalhadores a sentirem-se ludibriados. "Com sacrifício pessoal”, os trabalhadores do fisco cumpriram tudo o que lhes foi pedido: “loucos objectivos de cobrança, tarefas intermináveis, prazos impossíveis, inspecções bem para além da hora", descreve o STI.
Mas a retribuição foram os cortes salariais, a interrupção da negociação de carreiras desde há mais de um ano e a "facada nas costas" que foi a cessação dos concursos e da avaliação permanente.
Os trabalhadores dizem-se espezinhados na praça pública, com o consentimento de quem os deveria defender: o Director-Geral e o Secretário de Estado.
Os trabalhadores dos impostos denunciam ainda o falso argumento da contenção salarial. “Todos sabemos que parte dos procedimentos de avaliação permanente teria impacto financeiro somente em 2013; por outro lado, com a saída por aposentação de centenas de colegas, a massa salarial irá descer, só por si, mais de 10%”, afirmam.
Diante disto, o STI afirma que "cabe ao Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais resolver isto ou demitir-se".
Além da greve nacional, o STI convoca uma manifestação para 3 de Novembro, greves distritais rotativas até 30 de Novembro, começando pelo Sul do país, e a participação na greve geral de 24 de Novembro.
Ouvido pela agência Lusa, o vice-presidente do STI, Marcelo Castro, disse que "não faz parte do ADN dos trabalhadores dos impostos fazer greves, mas todos nós nos sentimos traídos".
Segundo o sindicalista, a "gota de água" que decidiu os trabalhadores à acção grevista foi um despacho do Ministério das Finanças a cancelar concursos que não produziriam qualquer agravamento orçamental. A estas razões acrescem outras, como a interrupção da progressão nas carreiras e o impasse na avaliação de desempenho, tudo "uma tragicomédia".