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SIRESP: o país não pode continuar “refém de privados que já falharam”
Apesar das promessas do governo de assumir o controlo do SIRESP, na sequência das falhas detetadas nos mortíferos incêndios de 2017, passaram dois anos de negociações e a Altice continua a mandar na rede de comunicações de emergência do país. Esta quarta-feira, o Bloco levou o tema ao debate parlamentar e a deputada Sandra Cunha insistiu que é urgente “resgatar o SIRESP das mãos dos privados, garantindo a sua tutela pública”, uma vez que está mais do que provado que no caso do SIRESP, “o privado está a borrifar-se para o interesse público” e para a segurança das populações.
Na demorada negociação que ainda decorre, parece que o governo “foi comprar lã e acabou tosquiado”, prosseguiu a deputada bloquista, lembrando que o objetivo inicial era assumir a maioria do capital do SIRESP, mas “o Estado acabou por assumir apenas a posição da Galilei com 33% do capital e foi incapaz de comprar as participações da Esegur e Datacomp porque a Altice se atravessou à frente”. Por outro lado, o governo “prometeu apurar responsabilidades e aplicar multas, mas até agora nada.
“Continuarmos reféns de privados que já falharam é dar um bónus a quem coloca o lucro acima da segurança das populações”, alertou Sandra Cunha, acusando o governo de não dar respostas sobre a razão da inexistência de administradores do Estado no SIRESP ou a razão pela qual as negociações não se concluíram em dois anos.
“A Altice faz agora o que quer e bem entende”, concluiu Sandra Cunha, lamentando que “em pleno período crítico de incêndios, continuam sem estar garantidas as condições para o funcionamento da rede de comunicações de emergência”.
“O governo tem de emendar a mão, reconhecer o erro e arrepiar caminho”, defendeu a deputada do Bloco, propondo a renúncia do contrato, resgatando para o Estado o SIRESP em nome da segurança das populações.
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