Dez confederações internacionais de sindicatos, com presença em 160 países e que representam 207 milhões de trabalhadores, acusam Israel de violação das leis internacionais de trabalho ao reter salários e outros benefícios de mais de 200.000 trabalhadores palestinianos, arrastando-os para situações de extrema pobreza.
Os trabalhadores palestinianos de Gaza e da Cisjordânia que estavam empregados por Israel não receberam pagamentos de trabalho efetuado antes dos ataques do Hamas em outubro do ano passado. O ataque aconteceu no dia 7, os salários eram normalmente pagos a 9. Desde então, não voltaram a receber. Não foram despedidos, não cessou o seu contrato de trabalho, apenas foi revogada a sua autorização para trabalhar em Israel.
Os sindicatos internacionais defendem que lhes são devidos todos os salários já que legalmente continuam contratados e decidiram por isso apresentar esta sexta-feira uma queixa por violação da convenção sobre proteção dos salários do Organização Internacional do Trabalho.
Em maio passado, a OIT estimava que mais de 500.000 empregos tinham sido destruídos em Gaza e na Cisjordânia desde o 7 de outubro. A taxa de desemprego na Palestina é agora de 89% e há uma perda de produção económica de perto de 19 milhões de dólares por dia.
Luc Triangle, secretário-geral da Confederação Sindical Internacional, diz que testemunho esta “miséria económica vivida pelas famílias dos trabalhadores palestinianos empregados em Israel” quando visitou a Cisjordânia. A ação, garante, pretende “queremos garantir que o tão necessário pagamento em atraso é pago aos trabalhadores que estão a lutar para sobreviver.”
Para além da Confederação Sindical Internacional, subscrevem esta ação a Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira, a Internacional da Educação, o Sindicato Global IndustriAll, a Federação Internacional de Jornalistas, a Federação Internacional dos Trabalhadores dos Transportes, a União Internacional da Alimentação, Agricultura, Hotelaria, Restauração, Catering, Associações de Trabalhadores do Tabaco e Aliados, Internacional de Serviços Públicos, o Sindicato Global UNI e o Comité Consultivo Sindical da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.