Palestina

Sindicatos internacionais acusam Israel de violação de leis do trabalho

27 de setembro 2024 - 11:34

O Estado sionista deixa por pagar os salários de mais de 200.000 trabalhadores palestinianos apesar de oficialmente não os ter sequer despedido. Dez confederações sindicais internacional, que representam 207 milhões de trabalhadores, apresentaram queixa por violação das convenções da OIT.

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Trabalhadores palestinianos esperam para passar no ponto de controlo de Belém.
Trabalhadores palestinianos esperam para passar no ponto de controlo de Belém (2006). Foto de delayed gratification/Flickr.

Dez confederações internacionais de sindicatos, com presença em 160 países e que representam 207 milhões de trabalhadores, acusam Israel de violação das leis internacionais de trabalho ao reter salários e outros benefícios de mais de 200.000 trabalhadores palestinianos, arrastando-os para situações de extrema pobreza.

Os trabalhadores palestinianos de Gaza e da Cisjordânia que estavam empregados por Israel não receberam pagamentos de trabalho efetuado antes dos ataques do Hamas em outubro do ano passado. O ataque aconteceu no dia 7, os salários eram normalmente pagos a 9. Desde então, não voltaram a receber. Não foram despedidos, não cessou o seu contrato de trabalho, apenas foi revogada a sua autorização para trabalhar em Israel.

Os sindicatos internacionais defendem que lhes são devidos todos os salários já que legalmente continuam contratados e decidiram por isso apresentar esta sexta-feira uma queixa por violação da convenção sobre proteção dos salários do Organização Internacional do Trabalho.

Em maio passado, a OIT estimava que mais de 500.000 empregos tinham sido destruídos em Gaza e na Cisjordânia desde o 7 de outubro. A taxa de desemprego na Palestina é agora de 89% e há uma perda de produção económica de perto de 19 milhões de dólares por dia.

Luc Triangle, secretário-geral da Confederação Sindical Internacional, diz que testemunho esta “miséria económica vivida pelas famílias dos trabalhadores palestinianos empregados em Israel” quando visitou a Cisjordânia. A ação, garante, pretende “queremos garantir que o tão necessário pagamento em atraso é pago aos trabalhadores que estão a lutar para sobreviver.”

Para além da Confederação Sindical Internacional, subscrevem esta ação a Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira, a Internacional da Educação, o Sindicato Global IndustriAll, a Federação Internacional de Jornalistas, a Federação Internacional dos Trabalhadores dos Transportes, a União Internacional da Alimentação, Agricultura, Hotelaria, Restauração, Catering, Associações de Trabalhadores do Tabaco e Aliados, Internacional de Serviços Públicos, o Sindicato Global UNI e o Comité Consultivo Sindical da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.