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Sindicato da proteção civil preocupado com condições meteorológicas adversas

O Sindicato Nacional da Proteção Civil (SNPC) questionou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil sobre as condições em que os sapadores florestais estão a fazer trabalhos de silvicultura preventiva. Artigo publicado por Interior do Avesso
Sindicato Nacional da Proteção Civil alerta que as elevadas temperaturas podem causar “uma situação de perigo iminente tanto para estes operacionais, como para o aumento de ignições provocadas pelas ferramentas motomanuais.” - Foto de Interior do Avesso
Sindicato Nacional da Proteção Civil alerta que as elevadas temperaturas podem causar “uma situação de perigo iminente tanto para estes operacionais, como para o aumento de ignições provocadas pelas ferramentas motomanuais.” - Foto de Interior do Avesso

O Sindicato Nacional da Proteção Civil (SNPC) alerta que as elevadas temperaturas podem causar “uma situação de perigo iminente tanto para estes operacionais, como para o aumento de ignições provocadas pelas ferramentas motomanuais.”

O SNPC refere em comunicado, a que o Interior do Avesso teve acesso, que os únicos operacionais do DECIR a fazer ações de prevenção estrutural contra incêndios rurais são os Sapadores florestais. Sublinham as condições em que estes profissionais operam e consideram que as “condições meteorológicas obrigam a repensar a estratégia aplicada a estes operacionais e a deixar de lado o fator dinheiro e olhar para o que importa na verdade, a proteção de pessoas e bens e a salvaguarda da nossa floresta e toda a sua biodiversidade.”

“É desumano deixar que estes operacionais continuem a executar ações de prevenção estrutural, debaixo de temperaturas altíssimas, em taludes com inclinação de 70%, com uma máquina que pesa 15 kg às costas e ainda terem que estar segundo a Diretiva Operacional Nacional Nº2 de 2021 em “prontidão” para executar a primeira intervenção, depois de horas de trabalho em condições precárias, ainda lhes é exigido esta prontidão operacional”, sublinham.

Entendem que só quem desconhece a situação pode achar que “um operacional garante condições físicas depois de um determinado tempo a trabalhar em silvicultura, pede-se máxima prontidão a quem aufere 665€, muitas das vezes sem equipamentos de proteção individual, sem formação, com salários em atraso, sem uma profissão reconhecida e regulamentada, mas exige-se mesmo assim”, porque, segundo estes, o que importante são os de hectares realizados, sublinhando que “números é o que os Sapadores Florestais em Portugal são.”

“Apenas números para uma apresentação simpática de quantos hectares se fez em determinado local, para justificar a rentabilidade financeira daquela equipa/brigada, números para encher no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais uma vez que em período de eleições autárquicas o que importa são os números”, considera o SNPC.

Entendem que é preciso dotar os operacionais com Carreiras e Estatuto Profissional, dignificando o seu trabalho e valorizando a profissão, e referem que “os sapadores florestais não são números, são pessoas, são homens, são mulheres, pais, filhos e netos, merecem respeito pelo grandioso contributo que nos dão nas ações de prevenção estrutural contra incêndios, e subsequentes ações de primeira intervenção e em muitas outras ações no âmbito da proteção civil”.

Por fim, apelam às forças políticas que visitem as suas condições de trabalho, para que verifiquem as condições em que atuam, de forma a poderem “ter capacidade de discutir e legislar em consciência o futuro destes operacionais”.

Artigo publicado por Interior do Avesso

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