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Setembro de 2020 foi o mais quente desde que há registo

Com um aumento de 1,28 graus Celsius desde a era pré-industrial, os especialistas preveem que este ano pode destronar 2016 como o mais quente. Temperatura do planeta está muito perto dos limites estabelecidos pelo Acordo de Paris.
Setembro de 2020 foi o mais quente desde que há registo
Fotografia de Jan Buchholtz/Flickr.

De acordo com os dados mais recentes do relatório mensal do Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (Copernicus Climate Change Service, no original), este ano teve o mês de setembro mais quente já registado no mundo. O serviço aponta mesmo a possibilidade de 2020 destronar 2016 como o ano mais quente desde que há registo.

No período compreendido entre outubro de 2019 e setembro de 2020, registaram-se temperaturas superiores em 1,28 graus Celsius face aos registos da era pré-industrial.

Esta é uma tendência que se tem vindo a observar nos últimos cinco anos, algo que, lembra a agência Lusa, coloca o planeta Terra muito perto do estabelecido pelo Acordo de Paris.

O Acordo de Paris compromete os 200 países que o subscreveram a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, com o objetivo de conter o aquecimento global idealmente abaixo de 1,5 graus ou, no pior cenário, 2 graus. Caso contrário, o planeta sentirá de forma ainda mais forte os impactos devastadores das tempestades, secas ou ondas de calor.

"Globalmente, setembro de 2020 foi 0,05 graus acima de setembro de 2019, até agora o mais quente já registado", pode ler-se na notícia divulgada pelo serviço Copernicus. O serviço acrescenta que isto é 0,63 graus acima da média para o período 1981-2020.

As regiões mais afetadas pelo aumento das temperaturas são a Sibéria, onde a temperatura tem sido particularmente elevada, e no Oceano Ártico. A extensão do gelo deste último tem vindo a diminuir rapidamente, sendo que no passado mês foi também aquele que mais recordes bateu, sendo o segundo mais baixo até agora, tanto a nível de extensão diária como mensal.

"A combinação de altas temperaturas recordes em 2020 e pouco gelo do mar no verão sublinha a importância de melhorar a vigilância numa região que está a aquecer mais rápido do que em qualquer outra parte do mundo", comentou o diretor do serviço europeu de mudanças climáticas, Carlo Buontempo.

Os grandes incêndios que assolaram a América do Norte ao longo do mês de setembro também se devem a estes aumentos de temperatura. Los Angeles, no estado americano da Califórnia, chegou a atingir os 49 graus no início de setembro.

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