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São Tomé e Príncipe pede ajuda por causa das cheias

Morreram duas crianças e há vários desaparecidos nas maiores cheias dos 30 últimos anos. Os sistemas de alerta falharam e as autoridades foram apanhadas desprevenidas.
São Tomé e Príncipe. Foto de NUNO VEIGA / LUSA.
São Tomé e Príncipe. Foto de NUNO VEIGA / LUSA.

Durante cerca de 14 horas consecutivas, na passada terça-feira, chuvas intensas assolaram São Tomé e Príncipe. O resultado, segundo o presidente do país, Carlos Vila Nova, foi um “cenário de guerra”. Teve de ser declarado o estado de calamidade durante 15 dias. E será, diz o chefe de Estado do país, necessária ajuda internacional para acudir às vítimas e iniciar o processo de reconstrução das infraestruturas destruídas.

As chuvas fortes chegaram de repente. As 28 estações de alerta precoce não conseguiram prever o fenómeno. E as maiores cheias em trinta anos provocaram a morte de duas crianças, uma com sete anos e outra com ano e meio, arrastadas pelas águas. Há também vários desaparecidos, dois dos quais pescadores. Pelo menos três pontes ficaram destruídas, uma delas a que liga a capital ao aeroporto, várias estradas cortadas e casas arrasadas. Os prejuízos materiais estão ainda por avaliar. Proteção Civil, Bombeiros, militares e polícias continuam no terreno para ajudar as pessoas que ficaram desalojadas, iniciar os processos de limpeza e determinar os passos seguintes. Uma das preocupações é que possam surgir doenças como a cólera.

A ministra dos Negócios Estrangeiros, Edite Ten Jua, reuniu com o corpo diplomático presente no país, ao qual explicou que se atravessa uma “situação muito complicada" e pediu igualmente “qualquer apoio que possa ser dado da parte da cooperação, seja ela bilateral ou multilateral, para que possamos em conjunto fazer face a esta situação”.

O coordenador do Conselho Nacional de Preparação e Resposta a Catástrofes de São Tomé e Príncipe, Carlos Silva, explicou à Lusa ter-se tratado de "uma ocorrência inédita de origem natural” e que “as instituições de resposta, de gestão e de coordenação e de monitorização foram quase todos apanhados de surpresa”.

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