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Retrospetiva de João Botelho na Cinemateca

Durante o mês de setembro, a Cinemateca de Lisboa vai exibir quase todos os filmes de João Botelho, num ciclo designado “Os filmes são histórias: o cinema é a maneira de as filmar”. 
Retrospetiva de João Botelho na Cinemateca. Fotografia: Cineuropa

Durante o mês de setembro a cinemateca irá apresentar quase todos os filmes de João Botelho, deixando de fora três documentários feitos para televisão nos anos 1970. 

“Os filmes são histórias: o cinema é a maneira de as filmar” é o nome deste ciclo de cinema que se afirma como “uma visão de conjunto de uma das obras mais vastas do cinema português, que se estende por quarenta anos e reúne, à data de hoje, mais de trinta trabalhos, entre longas e curtas-metragens” refere a Cinemateca. 

Esta retrospetiva inicia-se na quinta-feira, 1 de setembro, com a projeção de “Tráfico” de 1998, “uma feroz e divertida sátira ao novo-riquismo que assolou Portugal e os portugueses depois da entrada do país para o clube dos ricos da União Europeia”, refere a Cinemateca caracterizando esta obra. 

Integram também este ciclo obras como “Conversa Acabada” de 1981 (a primeira longa-metragem, a partir da correspondência trocada entre os poetas Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro) ou “Um adeus português” de 1985, o primeiro filme português a abordar a Guerra Colonial. 

Este ciclo de cinema permitirá abordar a relação de João Botelho com a literatura, através de obras como “Quem és tu?” de 2001, baseado em “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett ou “O fatalista” de 2005, uma adaptação de “Jacques Le Fataliste” de Denis Diderot". Serão também apresentadas as longas-metragens “A Corte do Norte” de 2008, a partir de Agustina Bessa-Luís, “Os Maias: Cenas da Vida Romântica” de 2014, partindo da obra de Eça de Queirós ou “O ano da morte de Ricardo Reis” de 2020, inspirado em José Saramago.

No âmbito desta retrospetiva, a Cinemateca lançou um repto a João Botelho para selecionar algumas obras da sua preferência, que serão projetadas no ciclo “Carta Branca a João Botelho”. “Amor de Perdição (1978) de Manoel de Oliveira, “Amarcord” (1973) de Federico Fellini, “Viagem em Itália” (1954) de Roberto Rossellini ou “O Anjo Exterminador” de Luís Buñuel são algumas das longas-metragens que integram este ciclo.  

Nascido em Lamego em 1949, João Botelho estudou Cinema, no Conservatório Nacional, e Engenharia Mecânica na Faculdade de Engenharia da Universidade de Coimbra. Integrou os cineclubes do Porto de Coimbra, cidade onde dirigiu o Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC). Foi crítico de cinema na Gazeta da Semana e na revista M, de que foi fundador.

Iniciou a sua carreira como realizador em 1976, com “Alto do Cobre” e o documentário “Um Projeto de Educação Popular”. Realizou diversas obras entre as quais “Um Adeus Português” (1986), “Aqui na terra” (1993), “Três Palmeiras” (1994), “Quem és tu?” (2001), “O Fatalista” (2005), “Os Maias” (2014) ou “Peregrinação” (2017). 

Ao longo da sua carreira recebeu diversos prémios e nomeações, e, em 2005, foi feito comendador com a Ordem do Infante D. Henrique. 

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