Rainhas da biodiversidade, abelhas correm perigo

01 de maio 2014 - 10:26

O relatório divulgado pela Greenpeace analisou o pólen recolhido pelas abelhas e levado de volta a colmeias em 12 países europeus: mais de dois terços estavam contaminados por 17 diferentes químicas tóxicas. Artigo de Alan Azevedo, publicado pela Greenpeace Brasil.

PARTILHAR
Capa do relatório da Greenpeace agora divulgado, o maior estudo sobre contaminação de abelhas na Europa.

A natureza age como um corpo único, interligado de uma maneira altamente complexa e sustentável. Uma alteração em certo ponto da cadeia natural reflete-se, muitas vezes, no resto do processo como um todo. E esse impacto, se não for corrigido, torna-se cada vez mais visível na biodiversidade do planeta.

Com o seu zumbido alto e ferrão doloroso, as abelhas são responsáveis por um processo essencial à vida do homem e do planeta: são as rainhas da polinização. Ao procurarem o pólen nos campos para a produção de mel na colmeia, as abelhas espalham esses minúsculos grãos (futuras sementes) na região que habitam, colaborando para a manutenção da biodiversidade.

Este projeto é um dos maiores já realizados na Europa, com mais de 100 amostras retiradas de 12 países europeus numa mesma estação.

No entanto, as colónias de abelha estão cada vez mais escassas e o processo de polinização fragilizado. O Greenpeace foi investigar em campo o que acontece com a população de abelhas na Europa e produziu o estudo “O Fardo das Abelhas”, ou “The Bees’ Burden” (ler aqui em inglês), que aponta como o uso de agrotóxicos e pesticidas nas plantas pode acabar com as abelhas.

O relatório analisou o pólen recolhido pelas abelhas e levado de volta à colmeia: mais de dois terços estavam contaminados por 17 diferentes químicas tóxicas. Um total de 53 tipos de compostos químicos foi detetado ao decorrer do estudo. Este projeto é um dos maiores já realizados na Europa, com mais de 100 amostras retiradas de 12 países europeus numa mesma estação.

A larga escala de produtos químicos sugere que as abelhas estejam expostas a uma perigosa mistura de inseticidas, fungicidas e acaricidas, sendo que esse pólen que vai para a colmeia serve de alimento às larvas, abelhas operárias, zangões e até a abelha rainha.

É urgente a necessidade de protegermos as nossas abelhas e nossa agricultura, já que os agrotóxicos afetam profundamente a qualidade de vida dos humano também. Políticas públicas e leis vigorosas contra os produtos químicos devem ser tomadas, banindo definitivamente das plantações as substâncias tóxicas.

Uma das maneiras de começar esse processo seria incentivar a agricultura orgânica, que produz comida sem agrotóxicos, visando a não poluição e técnicas de proteção de peste a longo prazo. A agricultura orgânica e sustentável é uma das principais maneiras de salvar as abelhas e produzir comida saudável à população.

Junte-se a nós tomando iniciativa agora. Faça parte do movimento global para salvar as abelhas e garantir a agricultura orgânica assinando a nossa petição.


Artigo publicado no portal da Greenpeace Brasil.