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PT e Meo são "o maior exemplo da economia de promiscuidade"

Mariana Mortágua esteve esta segunda feira reunida com o secretariado da Comissão de Trabalhadores da Meo para denunciar aquilo que se passa na empresa, prestar solidariedade aos seus trabalhadores, exigir que se respeitem os direitos laborais e assinalar que a Meo é “exemplo do que não se pode fazer em Portugal”, um exemplo de “portas giratórias, interesses privados a canibalizar empresas públicas e de destruição daquela que já foi uma das maiores e melhores empresas de Portugal”.
Após o encontro, a coordenadora do Bloco afirmou que “a história da Portugal Telecom (PT) e da Meo é a história da miséria do capitalismo português. É uma história de gangsters”, fruto “do centrão dos negócios”.
“A PT começou por ser privatizada pelo Governo do PS, que a envolveu em negócios megalómanos com a OI no Brasil. Depois veio Ricardo Salgado, que comprou a PT e que usou os fundos da empresa juntamente com Zeinal Bava para financiar a Rioforte, levando a PT à falência. Depois veio o PSD que vendeu a PT à Altice, sabendo das intenções da Altice de sugar os fundos da PT”, detalhou Mariana Mortágua.
A dirigente bloquista lembrou ainda que, à época, o ministro Pires de Lima referiu-se a Armando Pereira como o “herói de Vieira do Minho”, o mesmo “herói de Vieira do Minho” deu “um desfalque na Meo utilizando os seus recursos para vender a amigos e empresas próximas, segundo as acusações que lhe são feitas”. Bem como usou “offshores e a Zona Franca da Madeira para dar um desfalque ao Estado no pagamento de impostos, reduzir trabalhadores da Meo para quase metade, reduzir os salários, condenar um conjunto de trabalhadores à precariedade”, continuou a coordenadora do Bloco.
Mariana Mortágua assinalou que, entretanto, os principais ativos da Meo foram sendo vendidos, como é o caso das torres, e de uma parte da fibra, e que até o data center se prevê que possa ser vendido.
“E a cereja no topo do bolo é uma parte destes ativos estarem a ser vendidos a um fundo chamado Horizon, que tem no seu conselho de administração Pires de Lima, o mesmo ministro que entregou a Meo à Altice, o mesmo ministro que disse que Armando Pereira era o ‘herói de Vieira do Minho’, o mesmo ministro que não quis proteger a Meo”, frisou a dirigente bloquista.
Mariana Mortágua vincou que, “quando hoje falamos de uma economia fraca, sem capacidade estratégica, uma economia de baixos salários, uma economia de precariedade, o maior exemplo dessa economia de promiscuidade é a PT e a Meo”.
A coordenadora do Bloco acusou os sucessivos governos do PS e PSD de fazerem “o que quiseram desta empresa estratégica”. “Deram-na aos piores interesses privados que a canibalizaram, que ficaram com os seus recursos, que maltrataram trabalhadores. E, hoje, o que resta da Meo está em risco, e está em risco por causa da operação Picoas, que foi feita para desnatar e retirar recursos da empresa, está em risco porque os trabalhadores estão em risco, está em risco porque está à beira de perder a maior parte ou os poucos recursos que ainda detém”, enfatizou Mariana Mortágua. Neste contexto, a coordenadora do Bloco alertou para a urgência de uma intervenção pública na empresa.
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