A decisão do Partido Socialista de se abster na votação da proposta de orçamento de Estado para 2012, está a provocar uma troca oficial de elogios fervorosos entre as direcções do PSD e do PS.
Miguel Relvas, ministro dos Assuntos Parlamentares, afirmou à comunicação social: “Todas as propostas são possíveis de ser avaliadas. Têm que ser avaliadas, têm que ser vistas na dimensão que elas produzem nas consequências dos objetivos que têm que ser atingidos, mas a atitude que o Partido Socialista teve foi uma atitude muito construtiva e muito positiva”. O ministro Miguel Relvas, admitiu mesmo que “todas as propostas (para o Orçamento do Estado) são possíveis de ser avaliadas”, incluindo a manutenção de um dos subsídios dos funcionários públicos.
Em resposta ao ministro dos Assuntos Parlamentares, João Ribeiro, secretário nacional do Partido Socialista, declarou à comunicação social: “O PS apresentará propostas alternativas àquilo que consta no Orçamento e o PS regista como sendo muito positiva a declaração do ministro Miguel Relvas, sobretudo no que diz respeito à disponibilidade para equacionar a salvaguarda de um subsídio de Natal ou de férias ou, também, de uma pensão dos reformados”.
João Ribeiro considerou ainda que o Orçamento de Estado para 2012 proposto pelo Governo é “violento e injusto”, mas o PS considera muito positiva a disponibilidade do Governo para “amenizar o impacto e a violência sobre tantos portugueses”.
Marques Mendes, ex-líder do PS, veio reforçar as declarações de Miguel Relvas e declarou em São João da Madeira: "O PS tomou ontem [sexta-feira] uma decisão de grande sentido responsável. A abstenção foi a posição mais coerente, mais responsável e mais inteligente que António José Seguro podia tomar".
António José Seguro tinha afirmado que este Orçamento de Estado “tornará a classe média debilitada”, que não percebe a razão de “tantos sacrifícios pedidos aos trabalhadores”, sem “uma única palavra” dirigida ao crescimento. E salientou mesmo que “austeridade sobre austeridade leva-nos à realidade da Grécia”.