Protesto LGBT contra a discriminação na Rússia

08 de setembro 2013 - 18:16

Dezenas de pessoas protestaram este domingo em frente à embaixada russa em Lisboa em resposta a um apelo internacional que juntou 50 cidades. Margarita Sharapova, a autora de romances LGBT que pediu asilo a Portugal, também marcou presença no protesto.

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Protesto em cinquenta cidades de todo o mundo contra a discrimiação e a perseguição à comunidade LGBT na Rússia.

O protesto contou com a presença de ativistas do movimento LGBT (de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero) em Portugal, que se juntaram à convocatória internacional "Global Kiss-In. To Russia With Love". Mais de 50 cidades acolheram protestos semelhantes contra as leis discriminatórias recentemente aprovadas na Rússia sob o pretexto de combater a "propaganda homossexual". Os casos de perseguição a homossexuais russos por parte da extrema-direita têm aumentado nos últimos meses e muitos ativistas tiveram mesmo de abandonar o país.

“Putin não vai voltar atrás, mas não vai fazer isto sem que se saiba que ele é um ditador e que não há direitos humanos na Rússia”, declarou à agência Lusa Sérgio Vitorino, do coletivo Panteras Rosa, preocupado com o agravamento do problema que ameaça alastrar à escala regional, com a Moldávia, Ucrânia e Letónia a ameaçarem seguir o exemplo de Moscovo em fazer dos homossexuais “os bodes expiatórios” da crise. 

Quem já abandonou o país para poder continuar a trabalhar foi a escritora e guionista Margarita Sharapova, um dos nomes de referência da literatura LGBT russa. Sharapova diz ter recebido "um ultimato" em relação ao seu trabalho e juntou-se às dezenas de ativistas que têm pedido asilo a países ocidentais para escapar à perseguição na Rússia.

“Esperamos que Portugal possa salvar a literatura LGBT russa”, apelou Margarita Sharapova, que aguarda uma resposta do Governo português ao seu pedido. Sérgio Vitorino declarou que uma das exigências que o movimento LGBT tem vindo a fazer é a do reconhecimento do direito de asilo em função da orientação sexual, que ainda não existe em Portugal. A Amnistia Internacional também se juntou ao protesto, integrada na iniciativa internacional "Keep Hope Alive" de denúncia das violações dos direitos humanos na Rússia, enquanto decorre a reunião do G20 em São Petersburgo.