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Protesto contra encerramento da refinaria juntou centenas de trabalhadores

Trabalhadores da Galp manifestaram-se contra o anunciado encerramento da refinaria de Matosinhos. Líder da CGTP defendeu que o Governo deve "voltar a chamar ao Estado esta empresa". “A Galp despede e abusa para continuar a entregar lucros aos seus acionistas”, acusou o deputado bloquista José Soeiro.
Protesto dos trabalhadores da Galp.
Protesto dos trabalhadores da Galp. Foto Fernando Veludo/Lusa

Centenas de trabalhadores da Galp participaram esta terça-feira num protesto com destino à sede da autarquia de Matosinhos. Perante uma enorme faixa a exigir “Respeito”, da tribuna ouviram-se acusações contra a administração da empresa, que “ainda não se dignou” a reunir com os trabalhadores, lembrou Telmo Silva, dirigente do SITE-Norte, citado pela Lusa.

Outro dos alvos de críticas foi o Governo, também acionista da empresa, acusado de “cumplicidade” com a administração, e o Presidente da República, por se manter em silêncio ante a ameaça de destruição de 500 postos de trabalho diretos e outros 1.000 indiretos.  

A líder da CGTP, citada pela agência Lusa, defendeu que “se a administração da Galp não reverter esta decisão [de fechar a refinaria], o Governo tem o poder de voltar a chamar ao Estado esta empresa que tem um enorme interesse para o desenvolvimento económico nacional”. Com o fecho da refinaria, alertou Isabel Camarinha, “vamos ter de ir comprar a Espanha o nosso combustível, não vamos ter condições, Sines não vai garantir tudo o que é necessário”, alertou.

O deputado bloquista José Soeiro também esteve presente nesta ação de luta dos trabalhadores da Galp e lembrou que “não é por preocupações ambientais que a Galp despede mais de 500 pessoas e abusa dos direitos laborais. A Galp despede e abusa para continuar a entregar lucros aos seus acionistas - ainda em maio passado, em plena crise, distribuiu mais de 500 milhões de dividendos”.

Na decisão de encerramento da refinaria, o deputado do Bloco não encontra “nenhum plano de transição para a justiça climática, de reconversão energética, de alteração dos padrões de consumo ou de diminuição de emissões, plano que aliás implicaria mais responsabilidade por parte da empresa, reconversão produtiva e criar mais empregos para o clima”. Para José Soeiro, “o que há é uma decisão selvagem, sem qualquer diálogo com as pessoas e sem um plano ambiental”.

Hoje estivemos com os trabalhadores da Petrogal em Matosinhos, solidários com a sua luta. Não é por preocupações...

Publicado por José Soeiro em Terça-feira, 12 de janeiro de 2021

 

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