Preços de alimentos agrícolas em Portugal sobem quase o dobro da UE

26 de junho 2023 - 22:30

No primeiro trimestre de 2023, a subida homóloga dos preços dos produtos agrícolas de base em Portugal atingiu os 33%, face aos 17% registados na União Europeia. Apenas Espanha registou um aumento idêntico ao português.

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Foto de akirEVarga, Pixabay.

O Eurostat escreve que os aumentos mais acentuados do preço médio da produção agrícola ocorreram em Espanha e Portugal, ambos com subidas a atingirem a fasquia dos 33%.

O Serviço de Estatística da União Europeia refere que “uma seca na Península Ibérica em 2023 levou à redução da produção, o que impulsionou ainda mais o aumento dos preços”.

A subida homóloga dos preços dos produtos agrícolas de base abrandou para os 17% no conjunto da UE, uma taxa inferior à registada no trimestre anterior, de 26%.

A Lituânia foi o único país da UE em que o preço médio da produção agrícola caiu durante este período, com uma redução de 2%. Hungria (+29%), Polónia (+20%) e Eslováquia (+19%) registaram as taxas de aumento mais acentuadas do preço médio dos insumos não relacionados com o investimento. As taxas de crescimento mais baixas registaram-se nos Países Baixos (+1%), Malta e Luxemburgo (ambos +3%).

No que respeita ao produtos que compõem o cabaz de base, os ovos registaram o maior aumento de preços, equivalente a 60% na média da UE, seguindo-se o arroz (51%) e a carne de porco (49%).

O Eurostat assinala que a subida do preço dos ovos decorre da escassez de cereais forrageiros, utilizados na alimentação das galinhas e do impacto de um surto de gripe das aves na Bélgica e nos Países Baixos.

O Serviço de Estatística da União Europeia adianta ainda que os preços na produção, ou seja, os custos suportados pelos agricultores, registaram aumentos de 11% para o mesmo cabaz de fatores de produção no primeiro trimestre do ano, face ao período homólogo. No quarto trimestre de 2022 a taxa foi de 27%. No caso deste cabaz, os alimentos para animais (16%), as sementes e material de plantação (14%) e os produtos fitofarmacêuticos e pesticidas (12%) apresentaram as subidas mais pronunciadas.