As remunerações por unidade produzida em Portugal caíram 1,4% no 3 trimestre de 2013. Já a produtividade desceu 1%. Portugal foi, inclusive, aquele que registou a redução mais acentuada entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) no que respeita a estes dois indicadores. No segundo trimestre a redução das remunerações em Portugal foi de 1,9%, sendo que a a produtividade registou um aumento de 0,3%.
Apenas o Japão (-0,4%) e a Itália (-0,1%) também registaram, no terceiro trimestre, variações negativas nas remunerações. Já no que respeita à produtividade, somente mais três países registaram quebras: a Suécia, com 0,2%, e a Áustria e a França, com 0,1%.
Conjugando os dois indicadores, e segundo aponta o relatório da OCDE, citado pelo jornal Público, os custos unitários do trabalho em Portugal sofreram uma nova redução de 0,4% no trimestre em causa, apenas sendo superado pela Hungria (-0,8%) e Japão (-0,6%). No total da OCDE este indicador manteve-se inalterado, e na Zona Euro registou um aumento de 0,1%.
Ainda que as remunerações por unidade produzida continuem a descer, a redução dos custos unitários de trabalho em Portugal foi inferior à registada no segundo trimestre (-1,9%) devido à evolução negativa da produtividade que passou de 0,3% para -1%.
Estes dados contrariam as afirmações recentes de Paulo Portas, que assegurou que “o governo não acredita num modelo de salários baixos” e que “é importante que os portugueses percebam que em algumas matérias as posições do Governo são diferentes das do FMI”.
Como é sabido, e sentido pelos portugueses, as condições acordadas com a troika têm servido de justificação para um verdadeiro saque aos salários e outros rendimentos, como as pensões, com consequências dramáticas para as famílias portuguesas, que veem o seu poder de compra drasticamente reduzido, pondo em causa, por sua vez, a recuperação económica do país.