Lutas

Porto mobiliza-se contra a extrema-direita no sábado

19 de novembro 2024 - 16:00

Chega convocou ação xenófoba contra trabalhadores imigrantes e a sociedade civil responde no Porto dizendo: "Contra o fascismo, somos mais". Ponto de encontro é no Campo 24 de Agosto às 15h.

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Manifestação antifascista no Porto
Manifestação antifascista no Porto. Fotografia de Esquerda.net

Foram 28 associações e coletivos que convocaram uma manifestação para o próximo sábado, dia 23 de novembro, no Porto, em resposta a uma ação xenófoba convocada pelo partido de extrema-direita de André Ventura. O ponto de encontro é no Campo 24 de Agosto às 15h.

Em carta aberta, os organizadores dizem que “não podemos deixar que o fascismo descontrolado torne as nossas ruas e as nossas casas, de facto, inseguras”.“Escrevemos esta carta porque nos preocupa a escalada no discurso de ódio, da desinformação e da institucionalização de ambos a que vamos assistindo em Portugal”, lê-se na convocatória. Não é a primeira vez que os coletivos e associações do Porto se mobilizam contra a extrema-direita. Em abril, juntaram-se também contra uma outra ação convocada pelo Grupo 1143.

As organizações avisam para o crescimento do ódio e da retórica xenófoba, que têm consequências graves, como os homicídios de Ademir Araújo Moreno ou de Odair Moniz, mas também “os ataques contra mais de uma dezena de imigrantes na madrugada do 3 de maio” ou a “injusta condenação de Cláudia Simões”.

Contra a xenofobia, a carta aberta lembra que o “fator comum é que os crimes que, de facto, têm aumentado são aqueles cujas vítimas, não os perpetrantes, são imigrantes”, numa “política de ódio defendida pelo Chega, em cumplicidade com o Estado português”.

Entre as associações que assinam a convocatória da manifestação estão o SOS Racismo, a Rede 8 de Março, e os núcleos antifascistas do Porto, Barcelos, Guimarães, entre outros. Não procurando fazer só oposição à extrema-direita, os coletivos apresentam reivindicações próprias, como o regresso da manifestação de interesse e o fim das Zonas Urbanas Sensíveis.

“Exigimos um país melhor, onde a igualdade, a liberdade e a justiça não sejam privilégios só de alguns, mas realidades vividas por todas as pessoas", conclui a carta aberta, que procura juntar as população sob o lema “contra o fascismo, somos mais!”