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Pesticidas e outras consequências da agricultura intensiva geram receios na zona do Alqueva
José Paulo Martins, da associação ambientalista Zero e do movimento “Alentejo Vivo” pensa que há plantações demasiado perto das casas e que a agricultura intensiva está a ter impactos negativos na região.
À Lusa, denunciou que “não se estão a respeitar determinadas regras” no que diz respeito ao ambiente e segurança das populações. Em questão está o uso de “grandes quantidades” de agroquímicos, pesticidas e fertilizantes. Estão são usados “por vezes de forma desregrada” contaminando águas superficiais e subterrâneas. Em algumas culturas, como o amendoal ou o olival, há destruição de linhas de água e de património arqueológico ou é favorecida a erosão dos solos.
As fábricas de extração de óleo de bagaço de azeitona, que estariam também a causar poluição atmosférica, os trabalhos noturnos de apanha mecânica de azeitona, que estariam a matar aves, e a sobre-exploração dos imigrantes que trabalham na agricultura da região são outras preocupações no horizonte.
Por tudo isto, o ativista do movimento Alentejo Vivo pensa que deveria haver mais intervenção do Estado e sublinha que “não há uma verdadeira entidade licenciadora de projetos agrícolas” pelo que “há casos em que as coisas ficam pela vontade do agricultor”.
O olival demasiado perto das casas levanta também preocupações na população. Catarina Valério, que vive na aldeia de Nossa Senhora das Neves, no concelho de Beja, tem o olival à porta e manifesta ao Correio da Manhã “receios” principalmente pela saúde dos dois filhos menores devido à “exposição sistemática” da família “aos produtos químicos que utilizam no olival” apenas a 15 metros da sua casa. Teme ainda a contaminação do seu poço pelos agroquímicos.
Cláudia Figueira, que vive na aldeia de Alfundão, no concelho de Ferreira do Alentejo, também está preocupada com uma plantação à beira da escola básica onde estudam 20 crianças. E revela que os pais das crianças sabem que são “pulverizados produtos químicos” nesta cultura quando as crianças estão no recreio e sem qualquer aviso prévio.
Os pais juntaram-se e apresentaram queixa às direções regionais de Agricultura, Educação e Saúde e à Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo mas não obtiveram resposta.
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